O Roda Viva (TV Cultura) desta segunda-feira (25), recebeu Fátima Bernardes, uma das apresentadoras mais populares do Brasil. Para falar com a convidada, o programa teve comando de Vera Magalhães e ainda contou com auxílio dos jornalistas Daniel Bergamasco, diretor de redação da GQ Brasil, a jornalista Luanda Vieira, Roberta Malta, redatora-chefe da revista Marie Claire, Silvia Ruiz, jornalista, influenciadora e criada de plataforma da Ageless, e Tony Goes, colunista da Folha de S. Paulo. Dentre os assuntos abordados, Fátima falou o golpe que seu filho Vinícius sofreu no início da pandemia, em maio de 2020, onde CPF foi cadastrado para receber o Auxílio Emergencial.
A gente tá lutando por isso e até agora esse caso juridicamente não foi resolvido. Nós temos muito cuidado com isso do CPF dele, porque podem abrir em algum estado uma empresa no nome dele, é um documento que você não pode trocar. Até agora, vira e mexe, você tem que tá com um advogado acompanhando como tá isso
Fatima Bernardes
Um assunto muito discutido no programa foi a sua mudança do “Encontro” para o “The Voice”. “É preocupação. Claro que eu penso em dar minha assinatura num programa que é sucesso e que vai ter o meu toque. Esse programa tem que dar certo. Diferente do Encontro, que começou do zero. No início houve uma estranheza. Agora eu fico lá, eu fico pensando todo dia o que eu vou fazer lá. Não pode dar errado e isso ao mesmo tempo que é o meu pensamento, eu quero que comece logo pra saber como eu vou me comportar. Será que eu vou ficar como eu fico em casa, chorando com aquelas apresentações? Eu acho que vai ser uma experiência muito nova. E vai dar”
Ainda sobre o The Voice, a entrevistada falou sobre o desafio de ‘se aventurar no entretenimento’: “Na linha da vida eu percebi a pouco tempo que de 10 em 10 anos coisas muito importantes aconteceram na minha vida. Eu sou feita de ciclos e no fundo, no fundo, o que as pessoas vêm como coragem eu vejo como medo. E eu costumo dar uma ‘sacudida’. O Encontro foi um programa que me deu permissão de me aprofundar no entretenimento […] e me fez arriscar no The Voice agora. Eu acho que a gente precisa estar se desafiando, com esse olhar curioso de “primeira vez”. É algo que o público merece ter e eu fico me desafiando por isso também”, disse.
Sobre os memes compartilhados na internet durante suas ausências no Encontro, Fátima falou que a proximidade do público não a incomodava, mas a cobrança em relação a presença permanente no programa sim. “Eu tive trigêmeos. Eu fiquei fora do ar 4 meses, além da licença maternidade, pois era uma gravidez de risco. Eu trabalho numa empresa que me afastou quando eu torci o ombro e depois disso ainda me deu férias. Coincidiu de ser no mesmo período em que eu ia sair de férias. Então no fundo, no fundo, [a cobrança] é uma forma de carinho.“, disse.
Fátima relembrou como foi o desafio de comandar um programa nas manhãs da Globo: “Eu acho que no começo as adaptações são necessárias. Era uma equipe grande, que veio do jornalismo, fiquei com um sentimento de que não podia dar errado de jeito nenhum. Acho que no início faltou alguém que me falasse como era um programa de auditório. Começou com 40, 50 pessoas, mas depois chegou a ter 100. Agradeço a chegada do Boninho”.
Sobre sua imagem nas redes sociais e publicidade, a respondeu: “A rede social é super intuitiva. Na época do Jornal Nacional eu não tinha. Antes do Encontro eu criei meu Instagram. Eu sou muito focada, se eu ‘tô’ fazendo o Encontro eu vou fazer o Encontro. Eu não gosto de fazer muita coisa. Eu prefiro fazer menos […] do que me sentir perdida. Se eu for fazer um anúncio, eu gosto de me enturmar primeiro”.
Não pensei em parar de trabalhar e nem penso. Talvez um dia chegue esse momento. Quando estreou o Encontro, se me dissessem que eu ia pedir para parar de fazer, eu ia falar: ‘loucos’. Meu contrato não acabou ainda e já renovamos por mais 3 anos. Eu não pensei no The Voice porque o Leifert já tava lá. Diferentemente do Encontro, que eu cheguei com um projeto, no The Voice eu fui apresentada. É um formato fechado e o público é muito conservador. Ele queria que eu ficasse no JN, porque é bom pra ele. E eu vou passar por isso de novo.
Fátima Bernardes
Envelhecimento e menopausa
“Envelhecer não é fácil, principalmente por uma questão de saúde. Eu tiro pelos meus pais, pela convivência com eles. Externamente, como pessoa pública, a gente tem obrigação de passar a realidade. Nós não vamos ficar jovens pra sempre. Quando eu ouço, por exemplo, “Fátima, eu não enxergo a luz do túnel, mas eu sei que ela existe porque eu vejo em você”. E isso pra mim foi tão importante. Então a minha forma de lidar com isso é fazer exercício físico, tento aprender uma coisa nova e não fico me dizendo que “não tenho tempo para isso”. Eu estou me preparando para o futuro e esse é um papel muito importante., comentou.
Sobre o machismo, Fátima diz: “Meu pai falava “namorado estraga a vida da moça”. Meu pai não teve filho homem, então eu falava com ele sobre jogos, futebol”. Depois de alguns anos de experiências na TV Globo, Fátima se viu desafiada a falar sobre o assunto e conta como foi a reação de alguns colegas de profissão. “Eu sentia uma surpresa dos próprios jogadores. Eu fazia o jornal Nacional, o Fantástico. Tinha um olhar [diferente, diminutivo] dos próprios colegas jornalistas”, disse.
A convidada ainda falou sobre casar e morar junto com Túlio Gadelha, Deputado Federal da Rede Sustentabilidade, com o qual namora desde 2017: “O que mudaria se a gente fosse casado? A gente tá muito tranquilo em relação a isso”, disse. E ainda respondeu sobre a pressão de um posicionamento político. “Eu não preciso declarar publicamente o meu voto para ter uma posição clara do que eu penso”, afirmou.
Assista entrevista completa:
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