José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, lutou bravamente contra a ETC durante 11 anos até falecer nesta quinta-feira (24). Essa condição, que afeta especialmente lutadores e atletas de esportes de contato, é uma forma de demência neurodegenerativa provocada por traumas cranianos frequentes.
A ETC ocorre devido à movimentação brusca do cérebro dentro da caixa craniana, o que pode romper pequenos vasos sanguíneos e causar lesões permanentes. De acordo com o Manual MSD, essas lesões se acumulam, levando à formação de emaranhados tóxicos de proteínas, resultando em um quadro progressivo semelhante ao Alzheimer.
Atletas renomados, como Muhammad Ali e Chuck Liddell, também foram diagnosticados com a doença. O ex-atleta Maguila, ícone do boxe brasileiro, enfrentou os efeitos devastadores da ETC. Os sintomas incluem mudanças de comportamento, perda de memória e problemas motores, como tremores essenciais.
“O impacto repetido no crânio pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas, especialmente em atletas com carreiras longas”, explicou o neurocirurgião Feres Chaddad em uma entrevista ao Metrópoles. O tratamento da ETC foca em cuidados paliativos, visando garantir um ambiente seguro e familiar, com o uso de relógios e calendários para auxiliar a memória do paciente.
A evolução da ETC pode levar a complicações severas, dificultando tarefas cotidianas como alimentação e hidratação. Sem um acompanhamento médico adequado, a condição pode progredir para estados críticos, como coma, culminando em morte por infecções generalizadas.