Campeã do BBB 20, Thelma Assis foi alvo de mensagens racistas durante uma live com a editora de moda Luanda Vieira. Através de videoconferência, a médica anestesiologista conversou com Fátima Bernardes no Encontro desta quinta-feira, 28 de maio, sobre o ataque nas redes sociais.
A ex-participante pediu para que os espectadores da live denunciassem os perfis que postavam mensagens racistas. Ela ainda comentou que os ataques aumentaram depois que ela se tornou conhecida por causa do BBB 20. “Desde que o BBB acabou, eu tenho feito lives e em todas, eu tenho sofrido algum tipo de injúria racial. Nessa live especificamente, estávamos falando sobre racismo, e foi o limite para mim. Foi uma situação totalmente desagradável. Nós estávamos falando da importância do assunto e de como o nosso país tem um racismo estruturado muito enraizado”.
Thelma está reunindo os casos de racismo que sofreu durante e após o reality show para registrar o boletim de ocorrência. “Nessas situações, o que realmente a gente gente tem que fazer é pontuar que é uma atitude criminosa e que a gente tem que ir atrás do nosso direito”.
No bate-papo, Thelma garantiu que não se abalou com as mensagens ofensivas que recebeu. “As atitudes racistas sempre acontecem na tentativa de nos rebaixar, de nos destabilizar emocionalmente, só que as pessoas não tem conseguido isso. Felizmente, sou uma pessoa muito forte. A força já faz parte da pessoa que é preta no nosso país de tantas cicatrizes que nós temos devido a esse tipo de injúria”.
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No Encontro, Thelma ainda conversou com a jovem Nedye Fatou Ndiaye. Ela foi alvo de racismo em mensagens trocadas entre um grupo de alunos de um colégio particular do Rio de Janeiro. A aluna contou que não ficou surpresa com a atitude racista, mas sentiu grande indignação. “Eu senti também um grande pesar pelos meus professores, porque sempre tive professores muito bons, que tentavam em dar voz em sala de aula. Eu senti uma tristeza muito grande por eles. Eu imagino que os pais desses alunos devem ter tentado educado eles de alguma forma e não conseguiram criar uma educação antirracista”.
Para Thelma, a educação é um dos aliados no combate ao racismo. “O pilar para a gente conseguir mudar a ideologia das pessoas é a educação. Eu acredito muito na educação. Quando eu pauso uma live para falar de racismo, é na esperança de que as gerações da Fatou não tenham que passar por isso. Infelizmente, a gente ainda presencia isso”.