A segunda-feira (31) foi de muita movimentação na Jovem Pan News. O canal promoveu uma onda de demissões, dentre elas a do veterano Augusto Nunes e do polêmico Caio Coppolla. No entanto, o posicionamento da comentarista Zoe Martínez, durante o programa Morning Show, também chamou a atenção. Após ser afastada por infração eleitoral, ela retornou à atração matinal e disparou contra a vitória de Luiz Inácio Luiz Lula da Silva (PT), como o novo presidente do Brasil, e afirmou “estamos de luto”.
“Eu achei que hoje seria um dia para comemorar a minha volta e também a vitória [de Bolsonaro], mas infelizmente a gente não conseguiu. Faz parte do jogo democrático”, iniciou ela, com os olhos cheios de lágrimas e sendo consolada pelos colegas de bancada, como Felipeh Campos e Paulo Figueiredo, além do apresentador Paulo Mathias.
“Estamos de luto, tem que viver esse luto, é saudável. Mas a gente precisa transformar o luto em luta. A gente perdeu uma batalha, mas outra está chegando”, completou a comentarista, que é forte apoiadora do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
Zoe Martínez ficou cerca de duas semanas afastada, após se recusar a cumprir uma ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não se referir a Lula como “ex-presidiário”. Além dela, outros profissionais também foram retirados do ar e o canal acusou o órgão regulador de censura na época, colocando inclusive uma tarja sobre a logomarca ao vivo.
Onda de demissões
Além do retorno de Zoe Martínez, o primeiro dia após a vitória de Lula (PT) foi de várias demissões no canal. Nomes como Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Guga Noblat e Caio Coppolla não fazem mais parte do time jornalístico da emissora e outras saídas também podem ocorrer nos próximos dias.
Questionada pelo Portal Alta Definição, a assessoria da Jovem Pan confirmou o “desligamento de todos os citados”, mas não justificou a demissão dos profissionais, se limitando a dizer: “não vamos falar os motivos”.
Editorial
Também após o domingo das Eleições 2022, o canal de notícias ainda está veiculando um editorial na sua programação, lido pelo jornalista Adalberto Piotto, em que “renova o compromisso com o Brasil, com a democracia, com a Constituição e com os Poderes e Instituições”.
Dentre vários pontos abordados, o texto defende que o “voto é soberano” e destaca que é dever do governo “zelar pela liberdade de expressão e pela manutenção de uma imprensa livre”.
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