Quem não segurou o ‘tchan’ na década de 1990, certamente viu alguém fazê-lo, fosse nos programas de televisão da época, nas festas por todo o país ou em tantas reprises em anos seguintes. E acredite ou não, já faz 20 anos que um concurso no ‘Domingão do Faustão’ elegeu a nova dançarina loira do É o Tchan, grupo que está de volta em turnê ao lado de Sheila Mello para relembrar as músicas e as coreografias que se espalharam pelo Brasil.
Para relembrar esse fenômeno, o ‘Conversa com Bial’ desta sexta-feira, dia 6, traz a bailarina, Compadre Washington e Beto Jamaica para um papo cheio de histórias curiosas. Ao lado deles, outro baiano que também tem seus dotes na dança chega para somar nessa homenagem à Bahia: o ator Luís Miranda, vizinho de Washington em Barra do Jacuípe (BA), onde se encontram para “beber uma cerveja juntos”.
Antes da explosão nacional, o É o Tchan dava seus primeiros passos em Salvador, ainda como Gera Samba, com base nos sambas de roda tão típicos da Bahia.
“O samba de roda começa no prato (e faca, considerados instrumentos), é uma batida mais incorporada, mais rápida, e as pessoas armam as rodas de baianos e baianas para sambar, para os desafios de brincadeiras, como é a umbigada”,
explica Beto Jamaica
“E ali o samba é dançado mais miudinho, por causa do chão de terra, para não subir poeira”, complementa Luís Miranda.
É dessa mistura de sambas de roda, da cultura afro, do candomblé e de tantas outras manifestações que se fez o axé como conhecemos nos anos 90, que gerava elogios e críticas na sociedade.
“Obrigada a vocês (do programa) por darem espaço para expressarmos a cultura brasileira, porque eu entrei no É o Tchan em um momento em que o grupo já era muito famoso, os olhares estavam para outras coisas e existia muito julgamento sobre o que fazíamos”,
pondera Sheila.
Na época de maior sucesso do grupo, Pedro Bial era o nome à frente do ‘Fantástico’ e foi ele o responsável por noticiar alguns momentos emblemáticos do É o Tchan, como pode ser visto em vídeos de arquivo: o retorno de Carla Perez após uma cirurgia, o primeiro clipe com Sheila Mello, as tantas “viagens” por Egito, Havaí, Japão… Os anos passaram e o que não mudou foi o fato de Beto Jamaica continuar sendo o “cantor” e Compadre Washington, o “vice-cantor”, como eles mesmos denominam. “Vamos dizer que, se tínhamos um repertório de 30 músicas, Beto cantava 25 e eu, 5. E as que eu tinha que cantar, esquecia a letra. Aí falava ‘ordinária’, ‘tudududupá’…”, conta o “vice”.
No palco do programa, os convidados têm a chance de participar do quiz “Soletchando”, uma versão do “Soletrando” com trechos das músicas do grupo, e ainda veem uma atualização dos famosos bordões de Compadre Washington.
Exibido após o ‘Jornal da Globo’, ‘Conversa com Bial’ tem direção artística de Monica Almeida e direção de conteúdo de Ingo Ostrovsky.