O cineasta Cacá Diegues, um dos principais nomes do Cinema Novo, morreu nesta sexta-feira (14), aos 84 anos. Ele sofreu complicações decorrentes de uma cirurgia, mas os detalhes sobre o procedimento não foram divulgados. Em sua extensa carreira, dirigiu mais de 20 longas-metragens e deixou sua marca em obras como “Xica da Silva” (1976), “Tieta do Agreste” (1995) e “Deus é Brasileiro” (2003).
Nascido em Maceió, capital de Alagoas, Carlos José Fontes Diegues se mudou para o Rio de Janeiro aos seis anos de idade. Formado em Direito pela PUC-Rio, iniciou sua trajetória cinematográfica ainda na universidade, ao fundar um cineclube. A partir desse envolvimento, começou a produzir seus primeiros trabalhos como cineasta amador.
Ao lado de nomes como Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade, foi um dos fundadores do movimento Cinema Novo. Em 1961, dirigiu o curta-metragem “Domingo”, considerado um marco inicial do movimento. No ano seguinte, lançou seu primeiro filme profissional, dando início a uma jornada ininterrupta no cinema.
Entre seus títulos mais emblemáticos estão “Ganga Zumba” (1964), “Os Herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Xica da Silva” (1976), “Quilombo” (1984), “Veja Esta Canção” (1994) e “O Maior Amor do Mundo” (2005). Seu último longa, “O Grande Circo Místico” (2018), foi inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.
Desde 2018, Cacá Diegues ocupava a cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o também cineasta e amigo Nelson Pereira dos Santos. Ao longo da vida, recebeu diversas homenagens, incluindo um enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo no Carnaval de 2016, intitulado “Cacá Diegues – Retratos de um Brasil em Cena”.
O cineasta deixa quatro filhos, frutos de seu relacionamento com a cantora Nara Leão e com sua esposa Renata Almeida Magalhães.