Enquanto a Band exibia a gravação da reunião ministerial, o apresentador José Luiz Datena se revoltou com as falas do Presidente da República Jair Bolsonaro, que recomendou os seus ministros a não darem mais entrevistas para à imprensa: “Eu não quero mais entrevistar o Sr. Presidente da República. Depois de uma fala dessa eu me permito não entrevista-lo mais. A Band que escolha outro jornalista para fazer isso“.
O apresentador também ficou indignado com a declaração de que a Band pediu dinheiro para Pedro Guimarães, presidente da Caixa, que sempre apareceu no Brasil Urgente tirando dúvidas sobre o auxílio emergencial: “Essa foi a parte, que particularmente, nos deixou indignado. Se isso aconteceu esta pessoa tem que ser demitida imediatamente. Eu publicamente me nego a fazer qualquer ação comercial para este governo. Mesmo com o risco de perder meu emprego, por contrato tenho que ler os textos comerciais que me obrigam“.
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Posteriormente, o jornalista deixa ainda mais claro sua decepção com o governo:”Tem hora que dá vontade de largar essa bagaça toda. Porque você se depara com um cara desse. É uma decepção terrível”, disse Datena ao jogar o celular sobre a bancada.
Nesta sexta-feira (22), O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu derrubar o sigilo da reunião, citada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado interferir na Polícia Federal. No encontro o presidente da Caixa Econômica Federal diz que a Band pediu dinheiro, mas que o banco se recusou a dá.
“Acho que a gente tá com um problema de narrativa. Hoje de manhã, por exemplo, o pessoal da Band queria dinheiro. O ponto é o seguinte: vai ou não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Ah, não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Passei meia hora levando porrada, mas repliquei“, disse Pedro Guimarães.
Em nota, a Band repudiou as declarações de Guimarães, chamando-as de levianas e irresponsáveis. A emissora também declarou se “orgulhar de operar com lisura na sua área comercial” e não admitir “que qualquer de seus funcionários, saia da linha técnica e rigorosa”