Desde domingo, quando o Fantástico exibiu uma reportagem sobre a presença de influenciadores em propaganda de jogos de azar, uma grande discussão tomou conta dos meios de comunicação. Na pauta das conversas não apenas o papel dos influencers, mas também a falta de regras mais claras para a publicidade na internet, a estratégia de grandes marcas aos apostar em famosos da web, o conteúdo oferecido aos seguidores e o verdadeiro valor de cada uma dessas personalidades.
Mas, não para por aí. Até que ponto os influenciadores são responsáveis por tudo o que anunciam ou oferecem de conteúdo ao seu público? É aqui que entra a parte mais delicada de toda essa discussão e que aponta para a necessidade urgente de amadurecimento desse mercado.
Sim, eles são responsáveis!
Não há como negar que os influenciadores só são procurados pelas marcas porque possuem poder de exercer influência em seu público, seja através de um conteúdo, uma dica (nem sempre gratuita) e da publicidade escancarada. Essas empresas recorrem aos influencers de olho nos números que possuem em suas redes sociais e o segmento que atingem. Ou seja, querem volume de um recorte específico para aumentar vendas e, como consequência, o faturamento. É dinheiro investido para trazer dinheiro. E o cachê de muitos deles não é pequeno, se comparado com as estrelas da TV. Além disso, o valor cobrado pelas plataformas é muito menor do que na televisão; ou seja, a verba publicitária rende mais.
Mas, toda essa discussão chega num ponto crucial sobre o papel de qualquer pessoa pública: a responsabilidade. É claro que todos querem ganhar dinheiro, aumentar seu faturamento, ser mais conhecido e ser um profissional referência em seu segmento. Mas, tudo tem seu limite.
Artistas da TV aprenderam
As grandes estrelas da TV e até mesmo os artistas iniciantes há anos calculam muito bem onde irão associar suas imagens porque ficaram lembrados pelas campanhas que participaram. Os responsáveis pela administração da carreira e imagem criarão barreiras justamente para que não estejam ligados a serviços ilícitos, a produtos sem comprovação de eficácia ou que levem o consumidor a uma experiência ruim. É importante destacar que muitos artistas consagrados já caíram em situações muito parecidas como as que o Fantástico denunciou e precisaram de tempo para recuperar a imagem. Outros, simplesmente descartados pelo mercado publicitário.
Imagem vale muito. Credibilidade muito mais! E essa é uma equação que cada um resolverá à sua maneira. O que vale mais: ficar rico ainda muito jovem ou construir uma carreira que atravessará o tempo? Que cada um responda e determine seu caminho!