Uma região, dois reinos
A história se passa na Idade Média, por volta do século XV, numa bela e fictícia região conhecida comoBelaventura. Por uma histórica disputa por territórios, a região vivia em guerra, até um acordo de paz ser selado entre os grandes líderes, que decidem unificar a região sob um só reino. O trono seria disputado entre os senhores das principais casas, Redenção e Valedo. Otoniel (Kadu Moliterno), duque de Redenção, é um homem correto e virtuoso, com todas as características necessárias para se tornar um grande rei. Casado com Vitoriana (Juliana Knust), é um excelente chefe de família e líder temido pelos inimigos, por acumular vitórias. Seu maior oponente é Severo (Floriano Peixoto), conde de Valedo, líder guerreiro casado com a bela e ambiciosa Marion (Helena Fernandes), prima de Otoniel, que não mede esforços para se tornar rainha. Otoniel e Severo são inimigos próximos; um jogo de interesses sustenta não só a relação dos dois, como também os tempos de paz, que mal começavam e já estavam com seus dias contados.
O castelo de Redenção é uma verdadeira fortificação habitada. É lá que Otoniel vive com um séquito e seus três filhos: Enrico, seu sucessor natural, e suas filhas, Carmona (Camila Rodrigues) e Lizabeta (Adriana Birolli). Carmona é a irmã mais velha e se tornará uma mulher um tanto frustrada por não ser herdeira do trono, mesmo sendo a primogênita – apenas homens tinham o direito legítimo na sucessão. Carmona é constantemente influenciada pelo marquês Cedric (Giuseppe Oristanio), principal conselheiro do rei. Tudo que Cedric almeja é que Carmona se case com seu sobrinho Nodier (Rhierry Figueira) e herde o trono após a morte do pai, o que significaria que ele, como conselheiro, tomaria as principais decisões do reino. Se Otoniel e Carmona confiavam cegamente no marquês Cedric, o mesmo não ocorria com Lizabeta. Jovem cheia de planos e sonhos, Lizabeta é a princesa romântica, típica das novelas de cavalaria.
O príncipe e a plebeia
Apesar de ter a consciência de que um dia se tornaria rei, o príncipe Enrico tem o temperamento completamente diferente do pai. Como o talento para a cavalaria lhe falta, Enrico se engaja nos estudos e se desilude um pouco com a vida na corte. As intrigas palacianas o enojam, Enrico detesta a sede de poder de todos que estão à sua volta. Ao completar a maioridade e ser preparado para assumir o trono, Enrico rechaça os casamentos propostos pela realeza – o que causa grande transtorno para o rei, que se comprometera a casar o filho com a bela Tamar (Lidi Lisboa), sobrinha do conde Páris (Bemvindo Sequeira), homem mais rico da região e importante aliado do rei. Enrico permanece intransigente em sua decisão, convicto de que se casará com o grande amor de sua vida – uma menina que há tanto tempo, na infância, cruzara seu caminho. E ele não estava enganado em suas convicções.
Fora dos castelos e dentro dos muros que cercam a região de Belaventura está a vila dos plebeus, onde vivem as pessoas mais simples e trabalhadoras, que lutam pela sobrevivência. E é neste local que reside Pietra, uma jovem de beleza admirável, que na infância vivia feliz com Lucy (Larissa Maciel), sua mãe. Mesmo sendo sozinha e sofrendo preconceitos por causa disso, ela criou a filha da melhor forma que podia e a menina tinha essa consciência. Com o passar dos anos, Pietra percebia um temor fora do comum que Lucy sentia em relação aos homens do rei. Fizera a filha prometer que jamais se envolveria com algum membro da corte. O temor de Lucy tinha motivo, anos antes ela fora perseguida por um nobre. Mistérios ligavam Lucy a este passado, mas ela não revelava isso para a filha. O fato é que os caminhos de Pietra e deste homem iriam se encontrar e mudar completamente suas histórias, já que os segredos envolvendo o passado da jovem terão grande influência sobre os rumos da coroa.
Quando os caminhos se cruzam
Uma grande festividade estava marcada para a definição de quem seria nomeado o rei de Belaventura, através de uma disputa de justa. A corte e a vila estavam em festa. Mas havia muita insegurança entre os plebeus e o medo de que um grande terror se instalasse. Uma ordem religiosa dominante, a Ordem Pura, perseguia estrangeiros e mulheres consideradas bruxas. As pessoas temiam que o rei escolhido aderisse as perseguições, trazendo o terror existente em tantos lugares para a região de Belaventura. Otoniel era mais tolerante e pretendia abrir as portas do reino para os refugiados. Já Severo, pretendia justamente o contrário, instaurar em Belaventura o que já ocorria em outros reinos; a perseguição aos refugiados, infiéis, usar o poder como instrumento para satisfazer seus interesses pessoais.
Quando o toque das trombetas dos arautos anunciou a chegada da família do duque Otoniel, o povo ficou em polvorosa. Pietra e Enrico se viram pela primeira vez e, por alguns instantes, seus olhares se encontraram, como se nada mais estivesse ao redor deles. Distraída, Pietra quase é pisoteada por um cavalo, mas Enrico a salva. Ela então retira o colar que estava usando e entrega a ele. É um colar simples, com um pingente. Enrico estranha e ela explica que um cavaleiro sempre devia receber algo de uma dama. Ele garante que vai honrá-la e que será fiel a ela para todo o sempre.
Na arena, tem início da disputa pelo trono. Otoniel vence, mas sofre uma perda muito maior e irreparável: Vitoriana é misteriosamente assassinada. Tomada pela dor, Otoniel acusa Severo, sem provas, e condena seu oponente à morte. Mas o vilão consegue escapar, com sede de vingança.
15 anos depois…
Sofrendo a dor do luto, Otoniel tornou-se mais firme e exigente do que nunca; a ordem foi instaurada na cidade por meio da força. Marion e seus filhos foram condenados a viver presos em seu castelo por todos esses anos. Foragido, Severo preparou o seu retorno. Ele se aliou a outros nobres e, aos poucos, planeja uma guerra para tomar o poder. Agora Severo volta mais forte e, se os seus planos derem certo, não apenas o trono corre perigo, mas todo o reino de Belaventura.
Pietra e Enrico irão se reencontrar em situações completamente adversas. Seus caminhos voltam a se cruzar quando ele a salva de uma situação de perigo. Não se reconhecem de imediato, mas se envolvem e se apaixonam. Durante uma longa trajetória que inclui guerras, peste, mistérios que mudam o rumo da história, intensa luta pelo poder e reviravolta por parte dos vilões, Enrico e Pietra travarão também a luta pelo amor deles. Juntos, o príncipe e a plebeia tomarão para si a responsabilidade de salvar o reino de Belaventura das mãos dos vilões e estender ao povo a felicidade que eles descobriram um com o outro. Amados pelo gentio e temidos pelos inimigos, esta nova liderança provará a todos, num período em que tudo era resolvido pela espada e pelo derramamento de sangue, que havia um caminho muito mais seguro para o tão esperado final feliz.