O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abrirá um julgamento para avaliar um comercial que “trouxe de volta” Elis Regina.
A campanha faz parte da comemoração de 70 anos da fabricante de veículos Volkswagen. Na peça publicitária, a cantora aparece interpretando a canção “Como Nossos Pais”, ao lado da filha Maria Rita. Apesar do apelo emocional, houve uma divisão de opiniões entre o público.
Inclusive, a campanha, criação da agência AlmapBBDO, vai passar por análise por conta da reclamações de consumidores. As informações são do Meio&Mensagem.
A principal questão é o possível uso não ético de ferramentas tecnológicas e inteligência artificial para trazer de volta à vida uma pessoa que já morreu.
O Conselho argumenta que o trabalho da agência e da Volkswagen deve passar por uma análise à luz do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Especialmente, no que diz respeito ao respeito à personalidade e existência da artista, além da veracidade da campanha.
Além disso, o Conar também analisará as reclamações dos consumidores quanto à possibilidade de confusão entre conteúdo ficcional e realidade. Especialmente, para crianças e adolescentes, devido ao uso de inteligência artificial.
O processo do Conar sobre o comercial da Volkswagen com Elis Regina será julgado nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética do órgão. Normalmente, o prazo de julgamento é de cerca de 45 dias após a abertura da representação.
Comercial com Elis Regina e Maria Rita continua em exibição
Por enquanto, a abertura da representação não implica em mudanças na campanha, que continuará com exibição na TV aberta, redes sociais e outros meios.
A decisão final do Conar determinará se haverá a solicitação de alterações ou se a veiculação do comercial com Elis Regina e Maria Rita será suspensa, caso a análise encontre problemas éticos.
A agência AlmapBBDO utilizou uma tecnologia de mapeamento de milhares de fotos e vídeos de Elis Regina para recriar sua imagem no comercial. Nesse sentido, as feições da cantora se sobrepuseram ao rosto de uma atriz que participou da campanha, dirigindo uma Kombi.
Embora não haja uma regra legal que proíba o uso de imagens de pessoas que já morreram em ações publicitárias, é necessário que o anunciante siga as normas do Conar, que devem estar em consonância com as leis vigentes do país.