O Fantástico estreou neste domingo a série “Vidas”. A revista eletrônica vai mostrar o quanto é possível ter alta qualidade médica através do SUS e como o trabalho de grandes especialistas modifica a vida de uma pessoa. No primeiro episódio, o telespectador acompanhou a história de duas irmãs gêmeas siamesas, Allana e Mariah, de dois anos, que se viram pela primeira vez depois de uma cirurgia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O procedimento durou mais de 27 horas e envolveu 50 profissionais. A reportagem de Giuliana Girardi acompanhou cada passo da equipe e a esperança dos pais das duas garotas.
O primeiro episódio da série “Vidas” foi uma grande prestação de serviço e trouxe muitas lições e reflexões. Impossível assistir a essa reportagem e não pensar o quanto reclamamos de pequenas dificuldades ou perdemos as esperanças diante do primeiro obstáculo. Os pais de Allana e Mariah não desistiram jamais e acreditaram na medicina.
O primeiro episódio da série “Vidas” traz também muitas lições para quem trabalha com o jornalismo. É muito tênue a separação entre a emoção e o sensacionalismo numa reportagem que mostre superação e casos como o das irmãs siamesas. A repórter Giuliana Girardi conseguiu muito bem não ultrapassar qualquer limite e conduziu com uma incrível delicadeza um assunto que exigia, antes de mais nada, muito respeito aos personagens. É claro que houve todo um trabalho da edição para não explorar imagens chocantes e conseguir envolver o público. Aliás, não é de hoje que Giuliana tem se destacado em suas reportagens. São muitos os exemplos que superam a expectativa de quem está em casa à frente da TV.
“Vidas” mostra que é possível usar da emoção e de exemplos de superação para mexer com o telespectador sem ser apelativo e recorrer ao choro pelo choro.