Uma das atrações mais curiosas da campanha eleitoral deste ano, o Padre Kelmon (PTB) teve sua titulação religiosa questionada pela candidata Soraya Thronicke, durante o debate presidencial realizado na noite de ontem (29), na TV Globo. A senadora chegou a provocar o presidenciável e perguntou se ele “não tinha medo de ir para inferno?”, ganhando enorme repercussão nas redes sociais e gerando uma nota de esclarecimento da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), órgão ligado à Igreja Católica.
De acordo com comunicado publicado no seu perfil oficial do Instagram, a CNBB negou qualquer vínculo de Padre Kelmon com a Igreja Católica Apostólica Romana, liderada atualmente pelo Papa Francisco. “Em atenção aos fiéis que enviam perguntas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esclarecemos: O senhor Kelmon Luís da Silva Souza, candidato que se apresenta como “padre Kelmon”, não é sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana, sem qualquer vínculo com a Igreja sob o magistério do Papa Francisco”, afirma.
A nota ainda prossegue e destaca que, de acordo com regimento interno, nenhum padre pode ser candidato ou ter filiação partidária. “Oportuno ressaltar que, conforme vigência na Lei Canônica, os padres da Igreja Católica, em pleno exercício do ministério sacerdotal, não disputam cargos políticos, nem se vinculam a partidos”, complementa.
Filiação à Igreja Ortodoxa
Em em uma de suas falas, durante os debates eleitorais, o autointitulado “Padre” chegou a afirmar ser sacerdote religioso da Igreja Ortodoxa, o que também foi desmentido em nota em pela instituição, no último dia 14 de setembro.
“O referido candidato [Padre Kelmon] não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais, bem como não é e nunca foi seminarista ou membro do clero de nossa Igreja em nenhum dos seus três graus da ordem, quer no Brasil, quer em outro qualquer país”, disse um trecho do comunicado.
Candidato à Presidência
Padre Kelmon é candidato à Presidência da República pelo PTB. Inicialmente ele seria vice na chapa encabeçada por Roberto Jefferson, mas assumiu o posto de presidenciável após a impugnação da candidatura do presidente nacional do partido e ex-deputado federal. O político é natural do estado da Bahia e fará 46 anos em outubro deste ano.
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