A estreia do Chega Mais neste segunda-feira (11/3), no SBT, se transformou no principal assunto na Anhanguera. E nem podia ser diferente. A revista eletrônica faz parte de um projeto de reestruturação da grade da emissora, que precisa melhorar seu faturamento e voltar a competir pela vice-liderança. “É uma mudança de rota no SBT”, diz uma fonte da Coluna do Vannucci.
Desde o ano passado, muito antes de Daniela Beyruti ser a VP do SBT, o alto comando da emissora discutia a viabilidade de uma revista para as manhã. O objetivo era alinhar a TV de Silvio Santos ao que se faz no mundo inteiro, que é ter uma programação ao vivo com conteúdo jornalístico para aproveitar a curiosidade do factual.
A nova revista eletrônica deveria ter entrado no ar em agosto do ano passado, mas foi adiada em função da transição de poder no SBT. Ao assumir a VP, Daniela Beyruti pediu para rever pilotos e passou a desenvolver uma grade para estrear no início deste ano.
Dados preliminares preocupam no SBT
O programa de estreia do Chega Mais não alterou muito a audiência do SBT, mas a preocupação no momento é estabelecer a nova grade. Os diretores acreditam que o crescimento da média e do faturamento será consequência de um longo trabalho e muita persistência.
Segundo dados preliminares obtidos pela Coluna do Vannucci junto a fontes do mercado, o Chega Mais fechou com 2,6 de média entre 09h30 e 13h30. Nesta faixa, a Globo liderou com 8,8 pontos, a Record marcou 4,5 pontos e a Band 1,6 de média. Importante destacar que o índice da Band acontece, principalmente, em função dos resultados do Jogo Aberto e Donos da Bola.
A Coluna do Vannucci também obteve as médias dos programas que concorreram com o Chega Mais.
Esses dados do minuto a minuto também apontam que não houve grade movimentação na Globo e na Record, que seguiram com suas audiência, com um pouco mais de oscilação, mas nada muito significativo. Ou seja, nas manhãs o público da TV aberta está estabelecido e mudar esse cenário vai exigir muito trabalho.
Programa longo precisa de pautas mais dinâmicas
A estreia do Chega Mais mostrou acertos e erros e, principalmente, o que precisa ser alterado urgentemente. Ficou muito clara a intenção da direção da revista eletrônica em segurar o público do Primeiro Impacto, uma vez que os 30 minutos iniciais foram dedicados ao jornalismo factual. No ar entraram várias reportagens sobre violência urbana, com morte, assaltos e os problemas do dia a dia.
O grande acerto foi colocar Michelle Barros para comandar o giro de notícias, afinal seu nome está ligado ao jornalismo da Globo, uma vez que ela substituia os âncoras em São Paulo. Mas, erraram na mão com a violência. No ar, notícias pesadas para um público que ouviu nas últimas semanas que o Chega Mais seria a opção leve das manhãs.
O Chega Mais precisa, urgentemente, rever a duração das entrevistas. Em alguns momentos, as conversas ficaram um pouco arrastadas. Outro ponto que precisa de revisão é o horário da culinária. Está claro que a intenção não é fazer o passo a passo dos pratos e que houve a preocupação de fugir do confronto com Ana Maria Braga. Mas, a culinária pode ser um bom atrativo também para as afiliadas. Logo, é possível tirá-la do espaço local.
E um detalhe: deixaram a repercussão do Oscar para o bloco local. Esse era o grande assunto de hoje no entretenimento e, portanto, foi programado para o horário errado. Este era um quadro para o nacional. Esse é o factual mais leve, o factual do entretenimento. É preciso no SBT estar atento para isso!
