O primeiro trabalho de Preta Gil como apresentadora na televisão brasileira foi em um projeto ambicioso da Band, em 2004. Criado e dirigido por Marlene Mattos, o programa Caixa Preta marcou a estreia da artista no comando de uma atração própria. A cantora, que faleceu no último domingo (20) aos 50 anos, era considerada uma das novas estrelas da emissora naquele período.
Com o sucesso de Gilberto Barros e o Sabadaço, a Band apostou em Preta Gil para reforçar as noites de sábado. Ela já tinha passagens como repórter do Planeta Xuxa e participações no É Show, de Adriane Galisteu. Previsto inicialmente para abril daquele ano, o Caixa Preta só estreou em 31 de julho.
A emissora via o programa com bons olhos e o considerava promissor. Na estreia, marcou 5 pontos de audiência, com pico de 9 pontos. O formato do Caixa Preta reunia jovens na plateia, em um cenário moderno, com predominância da cor vermelha e fotos da apresentadora. O conteúdo misturava musicais e entrevistas com convidados, que levavam uma mala para passar por um raio-x simbólico, revelando segredos pessoais e profissionais.
Apesar do investimento e da proposta ousada, o Caixa Preta teve vida curta. Enfrentando forte concorrência do Zorra Total (TV Globo) e sofrendo com a queda na audiência — que chegou à média de 2 pontos — a atração foi retirada do ar no final de outubro. Mesmo com episódios gravados para exibição até dezembro, a Band optou por substituí-los por especiais de música.
Anos depois, em 2015, Preta Gil relembrou a experiência com bom humor nas redes sociais. “Não sei se vocês se lembram, mas eu tive dois programas. Um, o Caixa Preta, foi em 2003 [2004], quando estava começando na carreira. Eu gritava, era louca, histérica e ainda tomava remédio pra emagrecer”, contou no Snapchat.