O ator Bill Cosby enfrenta mais nove acusações de agressão sexual em um processo movido por mulheres em Nevada, nos Estados Unidos. A ação, aberta na quarta-feira (14), aconteceu após a eliminação do prazo de prescrição para crimes sexuais no estado.
De acordo com a agência AFP, o processo afirma que o comediante americano teria usado sua “enorme influência, fama e prestígio” para isolar e explorar sexualmente as vítimas.
As mulheres relatam que as agressões ocorreram entre 1979 e 1992, em residências, hotéis e vestiários nas cidades de Las Vegas, Lake Tahoe e Reno.
Aliás, elas só puderam levar o caso adiante depois que Nevada eliminou, em 31 de maio, o prazo de prescrição civil para casos de agressão sexual envolvendo adultos. Anteriormente, o estado estabelecia um limite de dois anos para que as vítimas maiores de 18 anos pudessem levar seus casos aos tribunais.
Bill Cosby: de ícone a alvo de acusações
Bill Cosby, de 85 anos, foi uma figura proeminente na cultura popular americana durante o final do século 20. Ele chegou a ficar conhecido como o “Pai da América” por seu papel na série The Cosby Show (1984-1992). Aliás, o papel na televisão dos EUA rendeu reconhecimento internacional.
Cerca de 60 mulheres já acusaram Bill Cosby de agressão sexual. Segundo elas, o ícone da cultura estadunidense é um predador calculista, utilizando sedativos e álcool para abusar delas ao longo de quatro décadas.
Apesar das inúmeras denúncias, Cosby ainda não possui condenações criminais. No entanto, chegaram a considerá-lo culpado no ano passado, em um processo civil.
O ator foi preso em 2018 no âmbito de um caso criminal, mas foi solto em 2021, devido a uma técnica jurídica.
Lise-Lotte Lublin, uma das mulheres mencionadas no processo de Nevada, já havia acusado Bill Cosby de tê-la drogado em 1989. Segundo ela, a situação ocorreu em um quarto de hotel em Las Vegas.
Lublin relatou que Cosby deu a ela dois goles que a deixaram tonta e, em seguida, pediu que ela se sentasse entre suas pernas, acariciando seu cabelo antes de desmaiar.
As outras mulheres envolvidas no processo são: Janice Dickinson, Janice Baker Kinney, Lili Bernard, Heidi Thomas, Linda Kirkpatrick, Rebecca Cooper, Pam Joy Abeyta e Angela Leslie.
O porta-voz de Cosby, Andrew Wyatt, afirmou à imprensa americana que as mulheres que processaram o ator tiveram como motivo “vício por grande atenção da mídia e por ganância”.
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