Eu faço parte do grupo de pessoas que não assistiu a ‘Barbie’ no cinema, nem tirou foto em nenhum dos totens espalhados pela cidade, apesar de ter bastante roupa cor-de-rosa para isso. Li muito sobre filme e já ouvi diversas opiniões a respeito que me deram uma boa ideia do que esperar do filme. Para você, que como eu, também não assistiu, seguem alguns pontos interessantes para você fazer a sua escolha entre alugar ou não o filme que estará disponível no streaming a partir de terça-feira, dia 12 de setembro.
Lendo a sinopse de ‘Barbie’, você percebe logo de cara que não se trata de uma história inédita. O conto de uma personagem que vive em um mundo fora da realidade já foi abordado em diversos filmes, inclusive em ‘Encantada’ da Disney, quando uma princesa de conto de fadas cai no poço e aparece em Nova York. Apesar da narrativa cliché, esse tipo de história funciona muito bem quando a jornada do herói, nesse caso da heroína, é bem contada, com elementos divertidos, introspectivo e que, principalmente, surpreendam o telespectador que já vive nessa realidade inédita para a protagonista. Apesar de comparar ‘Barbie’ a um filme considerado infantil, o filme cor-de-rosa não foi feito para criança. Pelo contrário, o filme aborda questões sobre preconceito, pré-julgamentos, quebra de padrões que lembra um pouco a ideia de ‘Legalmente Loira’, um grande sucesso da década de 1990.
Junto com esta temática, a diretora Greta Gerwig fez questão de incluir no filme elementos do mundo Barbie que quem brincou com a boneca é capaz de reconhecer, mas vale você saber antes, para que o filme fique mais interessante. Por exemplo, no próprio trailer do filme, há uma cena icônica de Barbie tirando o salto alto e continuando a andar na ponta dos pés (que, por curiosidade, teve 8 takes gravados porque Margot Robbie fazia questão de não usar nenhum efeito ou truque e queria parecer o mais natural possível). Esta cena junto com a descida de Barbie flutuando até o carro ou a amiga boneca com a cara desenhada são elementos do ‘brincar’ de Barbie© que toda criança fez. Nenhuma boneca descia pelas escadas para chegar até o carro como não conseguia alinhar os pés sem os sapatos. Esses detalhes trazem o tom nostálgico ao filme que celebra o brincar de Barbie© e não só um filme sobre uma aventura da boneca em si. O filme, na verdade, acaba representando algo que todas as meninas que brincaram de Barbie© já perceberam: a vida real não é perfeita e não é cor-de-rosa, mas nem por isso é feia ou menos colorida.
Além disso, todo esse pacote vem embalado na direção, linguagem e detalhamento de uma mulher. Dentre a lista dos 33 filmes que a diretora colocou como inspiração para ‘Barbie’ estão incluídos ‘O Mágico de Oz’, ‘Cantando na Chuva’, ‘O Show de Truman’, ‘Tempos Modernos’ e ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’, que inspirou o primeiro teaser do longa.
‘Barbie’ felizmente para alguns e infelizmente para outros, acabou bombardeando o mundo com cor-de-rosa. Na internet, nas redes sociais, nos memes e em basicamente todos os espaços ligados ao entretenimento ou em vendas, ‘Barbie’ estava presente – de um hamburguer a um carro cor-de-rosa na frente do shopping para fotos. Hoje em dia, qualquer espaço ou evento que queira fazer sucesso, precisa pensar na foto que vai gerar para o público. E a equipe de marketing do filme percebeu isso.
Vivemos em um momento em que a vida nas redes sociais é mais importante (ou quase) do que a vida real. Muito do sucesso do filme, a meu ver, é graças a publicidade maciça e viral que ‘Barbie’ teve. Boa parte dos bilhetes de cinema foram comprados mais com o intuito de postar que estavam de rosa assistindo ao filme no cinema do que pelo longa em si. Ao mesmo tempo, quem pensava em ver o filme pelo filme, cansou de tanto cor-de-rosa e deixou de dar oportunidade a uma história que, com certeza, estará de alguma forma representada no próximo Oscar.
Eu não fui ao cinema, mas, com certeza, assistirei ‘Barbie’ agora no streaming.
Confira o trailer
https://www.youtube.com/watch?v=NVIpIMqeJVM