A atriz Bárbara Borges participou do podcast Papagaio Falante, comandado por Sérgio Malandro e Renato Rabello, e relembrou um caso de assédio que sofreu na época em que fez um ensaio nu para a revista Playboy nos anos de 2004 e em 2009. Em entrevista, Bárbara ainda relembrou a época em que foi Paquita de Xuxa, entre outras histórias no início da carreira na TV.
Hoje falo com mais tranquilidade [sobre esse assunto], mas, durante um tempo, não segurei muita a onda da repercussão que foi. Mexeu muito com meu emocional. [Sofri] assédio masculino, algumas situações constrangedoras que vivi por acharem que uma mulher que posou para a Playboy tinha um valor
Bárbara Borges
Dando sequência ao assunto, a atriz detalha uma situação em específico: “Vivi situações em que fiquei em pânico. [Houve ocasião] de eu ser contratada para um trabalho, como garota-propaganda de alguma coisa, e o contratante querer uma noite comigo, achar que poderia ter uma noite comigo. Virar para mim e dizer: ‘me dá um beijo agora. Você não é atriz? Não beija a boca de todo mundo?’ Dentro do carro dele!”, contou.
E acrescentou: “Durante muito tempo, eu não queria falar sobre a Playboy. Tomei um rumo em que não queria que me vissem mais pelo meu corpo. Entrei em pânico. Começaram a me colocar só em personagens que eram mulheres gostosonas, e não saía disso. Tem um lado muito bacana [de ser vaidosa e cuidar do corpo] que me trouxe muitos trabalhos, mas me trouxe um lado de não me sentir à vontade com meu corpo por achar que as pessoas só falavam comigo por causa do meu corpo. A minha mãe é totalmente diferente de mim, ela se arruma e fala “se eu chegar num canto e ninguém olhar pra mim, tem alguma coisa errada””.
Contrapondo a pauta série, Bárbara comentou sobre sua participação no programa de Xuxa, na TV Globo, como a nova geração das Paquitas. “Eu era a mais velha do grupo, mas eu sempre apresentei ter menos idade que eu tinha. À princípio, eu tinha muito medo da Marlene, ela era muito exigente. Tinha toda uma responsabilidade [pra ela em ser a mais velha] por cuidar das demais Paquitas. Com o tempo eu fui desconstruindo a imagem que eu tinha da Marlene. Foi a realização de um sonho, eu demorei a me acostumar com toda aquela energia. E até hoje eu fico desconcertada em estar ao lado da Xuxa”.
“Uma vez levaram a gente no Beach Park, em Fortaleza, e eu cheguei atrasada. Levei uma chamada ‘daquelas’: “Eu trabalho com pessoas profissionais, não é com amador não”. Nessa gravação me deram um top que eu não conseguia me mexer direito e eu passei a gravação inteira travada, tensa pra caramba. Mas eu aprendi a entender a Marlene. Ela me disse depois que quando ela chamava a atenção era porque ela acreditava que a pessoa podia entregar mais. Eu falo isso pela minha experiência com ela”, relembrou.
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