O Spotify estreou no dia 22 de julho a áudio série ‘Paciente 63’, seu segundo investimento no gênero como produção original e nacional. Vale ressaltar que a primeira aposta foi em 2020 com ‘Sofia’.
Em dez episódios a produção tem Mel Lisboa e Seu Jorge como protagonistas, que brilham com suas atuações. Segundo o Top Podcasts Brasil, a produção ocupou o primeiro lugar entre os podcasts mais ouvidos da plataforma na semana de estreia.
De acordo com a sinopse, a história é ambientada no ano de 2022. A psiquiatra Elisa Amaral (Mel Lisboa) grava as sessões de um enigmático paciente, registrado como paciente 63 (Seu Jorge), que diz ser um viajante no tempo. Aquilo que começa como sessões terapêuticas de rotina se transforma rapidamente num relato que ameaça as fronteiras do possível e do real. Uma trama que transita entre o futuro e o passado de dois personagens que podem ter nas mãos o futuro da humanidade. A maior parte da série se passa em um consultório, e os diálogos entre Elisa e Pedro norteiam o ouvinte.
Futuro distópico
A história sobre o fim do mundo pode parecer um pouco (ou muito) assustadora, por se tratar de uma pandemia de um vírus mortal. O que é contado pelo viajante do tempo sobre o futuro, informações que fascinam e intrigam, é um dos pontos altos da produção.
O autor Júlio Rojas mergulhou na ficção científica, mas trouxe histórias que não parecem muito distantes de nós. O suspense toma conta e o enredo é avassalador. O roteiro apresenta uma trama fantástica, com surpresas a cada episódio.
Não tem como ouvir ‘Paciente 63’ e não refletir sobre os diversos temas abordados. Uma das reflexões é sobre a internet, que nesse futuro deixou de existir e colocou o mundo de cabeça para baixo. A humanidade está quase totalmente imersa e dependente dessa tecnologia. Já imaginou a vida sem esse advento tecnológico?
Formatado para escutar
Poderíamos dizer que esse formato é um resgate das radionovelas, que reuniam famílias em volta do rádio há algumas décadas, tudo ao vivo. Mas não se trata de um folhetim, nem de um espetáculo transmitido de forma simultânea, e sim de uma obra seriada com episódios curtos. Uma espécie de pílulas para serem ouvidas, seja no caminho para o trabalho, uma caminhada, enquanto cozinha, ou em qualquer outra atividade.
É uma experiência parecida com a literatura, só que aguça muito mais o imaginário de quem ouve, sem descrições de roupa e de locações, detalhes que dão o charme para um livro. A imaginação trabalha com força total, algo que foge do hábito de muita gente, já que as produções audiovisuais entregam tudo “mastigado” para os espectadores.
Um recente estudo, encomendado pela Globo em parceria com o Ibope, revelou que dos quase 100 milhões de brasileiros que consomem alguma forma de áudio digital, 28 milhões já declaram ouvir podcasts. Ou seja, é um formato que está crescendo no gosto popular.
É um mercado que se abre para tantos profissionais disponíveis nessa área. Ganha a classe artística, ganha o público.
‘Paciente 63’ é um ótimo exemplo de que o gênero tem fôlego e pode apresentar tramas interessantes e criativas, levando o ouvinte a consumir boas histórias.
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