Com o isolamento social devido a pandemia do coronavírus, o mundo mudou em poucos meses. E essa mudança se aplica também na forma de fazer televisão, que deve ganhar novos contornos e apresentar alterações significativas nos próximos tempos. A frase “nada será como antes” retrata o momento atual: um mundo que estamos deixando para trás.
Em uma ação inédita na televisão brasileira, a Globo esvaziou estúdios, paralisou as gravações de novelas e diversos programas, e colocou reprises no ar. Inspiradas pela Vênus platinada, outras emissoras fizeram o mesmo. O jornalismo, até outro dia deixado de lado por alguns canais da TV, deve sair bem mais valorizado pelo público após a quarentena. A informação bem apurada é indispensável em qualquer momento, principalmente em tempos de crise, e os nossos jornalistas estão de parabéns: tem sido os nossos heróis de microfone nas mãos.
As lives vieram para ficar
A maneira como a gente se comunica está se reinventando, e com ferramentas que já tínhamos disponíveis, que é o caso das lives na internet. Essa aproximação virtual é necessária em tempos de distanciamento social, e faz parte de uma nova Era da nossa TV.
As lives dos cantores, cada vez mais bem produzidas, estão se tornando um hábito, com uma variedade de artistas, nos mais diversos horários e segmentos. Assim como as participações de convidados nos programas de TV, como “Encontro com Fátima Bernardes” e “Superpop”, seguem sendo possíveis sem precisar de grandes equipamentos, apenas de um celular. Até a plateia do “Programa do Ratinho” se adaptou e agora é virtual, uma onda que deve alcançar outros auditórios.
Com a economia em crise os investimentos publicitários devem diminuir consideravelmente na TV. Experiências de programas gravados com equipe reduzida e poucos recursos estão dando certo, como é o caso do “Melhor da Tarde” com Cátia Fonseca.
O que chama atenção nesse “boom” das lives multiplataformas é a audiência que elas podem alcançar no YouTube, redes sociais e na televisão. É um conjunto que agrega mais público e pode agradar os mais variados anunciantes. A quarentena está fazendo a televisão brasileira acordar, e mais do que nunca, se mexer com criatividade.