- - CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE - -
O Ministro da Saúde
, Luiz Henrique Mandetta se justificou ontem (30) no Palácio do Planalto, em coletiva de imprensa sobre o coronavírus (COVID-19), a afirmação feita no último sábado (28), em que chamou a televisão de tóxica e que os meios de comunicação são sórdidos. Após declaração repercutir, reconheceu o erro, que segundo ele, levou um “puxão de orelha da Globo”, que usou o Jornal Nacional para rebater a fala do ministro. Mandetta disse: “Acho que quando a gente erra, a gente erra”, e pediu desculpas aos profissionais da emissora.
“Desliguem um pouco a televisão. Às vezes ela é tóxica demais. Há quantidade de informações e, às vezes, os meios de comunicação são sórdidos porque eles só vendem se a matéria for ruim. Nunca vai ter que as pessoas estão sorrindo na rua. Senão, ninguém compra o jornal”, afirmou. “Todo mundo tem que se preparar, inclusive a imprensa. Se não for assim, vai trazer mais estresse à população”. – disse Mandetta em coletiva no sábado (28).
Nesta segunda, ao se justificar, o ministro esclareceu que o comentário feito por ele – “desliguem a televisão” – não foi uma crítica à imprensa, mas à grande carga de informação, que pode gerar estresse e ainda elogiou a edição do Fantástico do último domingo.
A coletiva cheia de indiretas, transpareceu que as atitudes do Mandetta incomodaram o presidente, esse foi um dos assuntos questionados pelos jornalistas, inclusive sua permanência no ministério, que respondida pelo Ele ainda disse que “Enquanto não temos uma resposta mais cientificamente comprovada, a Saúde vai falar ‘para e vamos evitar contágio’. Esse é o nosso instinto de preservação. Como diz Gibran, ‘é a ânsia da vida por si mesma’. O instinto da vida é mais forte que o instinto econômico”.
Entrevista interrompida
O ministro também afirmou já ter dito “duas ou três vezes” que “enquanto estiver” no cargo, continuará trabalhando com “ciência, técnica e planejamento”. Um fato curioso é que a coletiva que deveria ter oito perguntas dos jornalistas, foi interrompida na quinta, quando Mandetta foi questionado por um jornalista se – “O presidente saiu ontem às ruas, para fazer visitas. Pode?”. Imediatamente, uma funcionária da Presidência anunciou ao microfone: “Em função do adiantado da hora, a presente coletiva está encerrada. Os ministros se retirarão do recinto”. Na sequência, Braga Netto e os ministros Tarcísio Gomes (Infraestrutura), Onyx Lorenzoni (Cidadania) e André Mendonça (Advocacia Geral da União) deixaram o salão onde acontecia a coletiva. Mandetta e dois secretários do Ministério da Saúde permaneceram, mas para apresentar os dados referentes à contaminação da COVID-19 no país.
Segundo último balanço, divulgado às 17h desta terça-feira (31), o número de casos confirmados no Brasil subiu de 4.579 para 5.717 e de 159 para 201 mortes.