Ana Paula Minerato foi indiciada por racismo pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro, após investigação sobre declarações ofensivas dirigidas à cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca. O processo, que chamou atenção desde o vazamento de um áudio nas redes sociais, segue agora para o crivo do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que decidirá se a modelo será formalmente denunciada à Justiça.
O episódio teve início em novembro do ano passado, quando um áudio de Ana Paula circulou online. Nele, a modelo usava expressões como “empregada de cabelo duro” e “neguinha” ao se referir à artista.
O conteúdo gerou indignação entre internautas e ativistas, reacendendo debates sobre racismo estrutural e o papel de figuras públicas na reprodução de estigmas.
Segundo a delegada Rita Salim, titular da Decradi, as declarações reforçaram estereótipos negativos. “As palavras e expressões utilizadas pela autora perpetuam desigualdades e injustiças com base em fatores raciais, caracterizando ofensas de cunho racista”, afirmou ao G1.
Por isso, Ana Paula acabou enquadrada no artigo 2º-A da Lei 7.716/89, que estabelece pena de dois a cinco anos de reclusão.