Na última sexta-feira (19) as redações dos portais, jornais e revistas receberam uma informação difícil de assimilar, não por um suposto contexto político ou a escolha em si, mas a saída de Adriana Araújo do posto de âncora do Jornal da Record é um marco histórico para uma geração. Infelizmente, por razões que desconheço – se é que existe- a Record TV repete com Adriana o mesmo comportamento que outrora fez com Paulo Henrique Amorim e até mesmo Gottino, quando decidiu ir para a CNN Brasil.
Sem nenhuma despedida justa na TV, a apresentadora deixa de ser a titular do ‘ JR’ para comandar o ‘Repórter Record Investigação’. A troca seria um movimento natural, se não fosse o tamanho desprezo com o público e com a profissional que se dedicou 14 anos à frente de um dos maiores telejornais da TV brasileira. Para mim, que vi Adriana estrear no’ Jornal da Record’, é o mesmo sentimento quando Fátima Bernardes saiu do ‘Jornal Nacional’ para comandar o Encontro.
Não é comparar a Globo com a Record TV, isso é assunto ultrapassado que em nada contribui, mas é uma questão de respeito, de humanidade mesmo. Como uma TV que fala para o povo, faltou aos diretores da emissora o que nós, telespectadores, sempre admiramos em Adriana Araújo, a sua simplicidade.
Em 2006, com cabelos curtinhos, nasceu uma apresentadora preparada para tudo ao lado de Celso Freitas. Se faltaram motivos para a Record TV fazer uma migração de forma justa, vou elencar alguns.
O ano era 2009, na sede de ter Ana Paula Padrão como apresentadora, a Record TV mandou Adriana Araújo para Nova York, e ela brilhou como correspondente. Chile, 2010, lá estava a apresentadora no papel de repórter cobrindo o resgate dos mineiros. Nos emocionamos com o trabalho dela, cobertura esta que chegou a incomodar a Globo na audiência. No mesmo ano, mais um marco, Adriana e Ana Paula entrevistaram a recém-eleita presidente Dilma Roussef com exclusividade para o ‘Jornal da Record’.
E os eventos esportivos da Record, como não se lembrar da apresentadora pequena, em estatura, que arrancava gargalhadas de gigantes astros do esporte. Ela atuou em todos os jogos olímpicos, fez a alegria do Brasil nas ‘Olímpiadas de Inverno‘, brilhou nos’ Jogos Pan-Americanos‘, inclusive no de 2019.
Entre 2012 e 2013, Adriana fez parte do quarteto de apresentadores do Domingo Espetacular, ao lado de Paulo Henrique Amorim, Fabiana Scaranzi e Janine Borba. Em março de 2013, a apresentadora foi chamada às pressas para assumir novamente o Jornal da Record, o motivo: Ana Paula Padrão tinha rescindido seu contrato com a emissora.
Por último, mas não menos importante, a tragédia de Brumadinho e a morte do colega Gugu Liberato estão gravados na memória do brasileiro com a narração da voz simples, sem muita firula, sem gritaria, mas com muita clareza para informar.
Desejo a Adriana Araújo que ela continue, seja na Record TV ou onde for, com o jornalismo pulsante, sempre pensando em todos os públicos. Em nome de muitos brasileiros: Obrigado!
A Christina Lemos, que passa a comandar o ‘Jornal da Record’ nesta segunda-feira (22), reafirmo o que disse em outra ocasião: Merecedora da oportunidade. Boa Sorte!
Para a emissora, com todo respeito, uma coisa tenho aprendido: Quem não valoriza, perde.