Após o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmar que o depoimento do porteiro foi mentiroso, o comentarista de política Augusto Nunes apresentou duras críticas ao trabalho de apuração do jornalismo da TV Globo. Segundo o comentarista faltou a emissora mais cautela com os fatos, e que ao perceber que no dia do encontro relatado pelo depoente [porteiro] o presidente estava em Brasília: “Neste momento, a notícia perdeu o sentido”, disse ele.
Ainda no comentário feito ao vivo na última edição do ‘Jornal da Record’, o comentarista lembrou que, mesmo após o MPRJ divulgar todas as provas que comprovam a mentira do porteiro, o Jornal Nacional não reparou o erro cometido na véspera.
“O Juscelino Kubitschek gostava de dizer que: ‘ele não tinha compromisso com o erro’, se tivesse aprendido esta lição a Globo tinha atravessado essa quarta-feira, com a mesma informação estampada na tela: ‘Falso testemunho de porteiro, tentou envolver Bolsonaro no assassinato de Mariele, ponto’. Só assim a emissora reduziria as dimensões do erro cometido na véspera”, disse o comentarista.
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Segundo Augusto, faltou cuidado da emissora ao anexarem o Presidente da República ao elenco de bandidos na execução da vereadora.
“Se agisse com menos açodamento e mais cautela, a Globo teria constatado em poucos minutos que no dia do encontro relatado pelo depoente, Bolsonaro estava em Brasília, ou seja, neste momento a notícia perdeu o sentido. Mais algum tempo de apuração permitiria descobrir, que o assassino em visita ao condomínio, não telefonou da portaria para a casa de Bolsonaro, estava lá para falar com seu parceiro no crime, cometido no mesmo dia”, criticou Augusto.
Por fim, o comentarista da Record TV lembrou de um caso histórico e fez referência com a atual polêmica na guerra travada entre a Globo e o Presidente Jair Bolsonaro: “Em agosto de 54 a imprensa só associou Getúlio Vargas ao atentado contar Carlos Lacerda quando ficou provado dias depois do ataque que o mandante havia sido Gregório Fortunato chefe da guarda pessoal do presidente, aquilo era um fato”.
E continuou: “Passado 65 anos, Bolsonaro viveu seu dia de Getúlio. O que houve no século passado foi um drama que acabou em suicídio, dessa vez aconteceu um fiasco jornalístico a que o presidente da República revidou com um desabafo terrível no meio da madrugada, melhor assim”, concluiu Augusto Nunes.