No dia em que o Globoplay estreia ‘Xuxa, o documentário‘ um assunto domina as redes sociais: as relações tóxicas. Isso acontece porque a eterna rainha dos baixinhos reencontrou Marlene Mattos, sua ex-diretora, após 19 anos. Para o Fantástico, Xuxa revelou que ficou em choque com as atitudes tóxicas da ex-empresária, que parece não ter mudado.
Também nesta quinta-feira (13), a apresentadora foi até o Mais Você (TV Globo) e contou para Ana Maria Braga que Marlene dizia o que ela podia ou não fazer, com quem devia ou não se relacionar.
A psicóloga Ana Streit explica que relações tóxicas podem ser de todos os tipos: parentais (pais e filhos); conjugais ou amorosas; fraternais (amizades); profissionais; e mesmo relações secundárias, como prestação de serviço, por exemplo.
Não precisa ter uma relação de poder envolvida, pode ser uma relação entre pares, pessoas que teoricamente têm o mesmo lugar em uma hierarquia. O que acontece com frequência em relações tóxicas e que uma das pessoas emocionalmente acaba se colocando como inferior, enquanto a outra se coloca como mais “poderosa” ou mais dona de direitos
descreve Ana.
Segundo a psicóloga, essas relações impedem que uma das partes possa estabelecer vínculos saudáveis, além de afetar o desempenho em outras áreas da vida, como trabalho, vida amorosa, familiar, entre outras.
As relações saudáveis se baseiam em reciprocidade e em respeito. Por mais inegociáveis que estes dois aspectos sejam, eles não existem de forma suficiente na relação tóxica. Avalie sempre como você se sente quando está com aquela pessoa, quando se conecta e pensa naquela relação. Se sentir que precisa se exigir demais, pisar em ovos ou cuidar de cada mínima ação, já ligue um sinal de alerta. As relações tóxicas podem prejudicar desde a saúde mental e até mesmo a saúde física
orienta a profissional
Como sair de uma relação tóxica?
A psicóloga explica ainda que sair de uma relação abusiva não é tarefa simples, muitas vezes leva tempo. As pessoas que vivem esse tipo de relação devem procurar uma rede de apoio: pais, parentes, amigos. Por vezes, dependendo da gravidade do caso, a ajuda de um profissional.
Não é fácil perceber, mas é possível aprender a identificar e construir dentro de si recursos de autopreservação. É uma pena que muitas pessoas precisem aprender isso já adultas, quando mereciam já ter essas lições de limites e autocuidado desde pequenas,
lamenta Streit.
Ana Streit é psicóloga clínica, Mestre em Psicologia e Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Além disso, a profissional é professora, supervisora e terapeuta do esquema, já em processo de Certificação Internacional em Terapia do Esquema pela International Schema Therapy Society (ISST). A profissional gaúcha escreve e fala sobre essência e conexões saudáveis no Instagram (@anacstreit) e no Youtube (AnaStreit).