Por muitos anos a Globo foi vista com uma emissora inatingível, principalmente no que diz respeito a crises financeiras. Para uma emissora que construiu em poucos dias um estúdio gigantesco em um Parque Olímpico, isso era impensável. Como imaginar que uma TV, líder absoluta de audiência, com o maior complexo de estúdio da América Latina, poderia sofrer algum dano. Mas assim como a Record TV, SBT, Band e todas as outras, a Globo está no Brasil.
Demorou, mas a conta chegou e ela é alta. Os atores Débora Nascimento e José Loreto somam uma grande lista de nomes que deixaram a Globo após o fim do contrato, ou foram demitidos. Como antecipou o Portal Alta Definição, em abril de 2020, outros contratos fixos não serão renovados.
Como uma empresa organizada, a emissora tem grandes chances de enfrentar a crise e sair vitoriosa. Sim, ela está enxugando gastos, mas não está “mal das pernas” como dizem os mais exaltados. Porém, já não é a “toda poderosa”, como afirmam os fanáticos.
A Globo tem demonstrado, mesmo que lentamente, que aprendeu a viver em “um só país”. Não no ilusório, fechado para tudo, com gastos estupendos e onde tudo era possível, mas no mesmo Brasil onde todas as demais emissoras sobrevivem. Para isso, ela criou o projeto de unificação “Uma Só Globo”, onde além de demissões encerrou empresas como a Rádio Globo SP e até a Central de Atendimento ao Telespectador (CAT).
Admitir que está passando por uma reestruturação, principalmente no meio de uma eterna crise econômica, não é nenhum pecado. Errôneo é tentar maquiar o óbvio. Todos estão sofrendo, alguns mais e outros menos.
Portanto, não há motivos para comemorações, são trabalhadores que perdem seus salários fixos, atores consagrados que podem ficar parados ou até perderem espaços na TV, jornalistas renomados que deixam de informar, são talentos que podem ficar perdidos. Mas, essa é a nossa dura realidade.