Terra e Paixão é a novela que menos dor de cabeça dá aos diretores da Globo. Nas últimas semanas a trama tem registrado share acima dos 44%, o que representa quase metade do público à frente da TV em seu horário de exibição. É uma margem que traz tranquilidade a Globo e que mostra que novela precisa entregar o que o público quer.
Desde a chegada de Thelma Guedes para dividir com Walcyr Carrasco a autoria de Terra e Paixão, a novela ganhou um novo ritmo e passou a distribuir melhor a ação em todos os núcleos, recuperando principalmente os protagonistas. Em alguns momentos, a sensação que o telespectador tinha era de que Antônio, Irene, Aline e Caio tinham perdido força. E esse sentimento era maior com a protagonista, uma mocinha que não conseguia reagir diante de tantos ataques. Mas, parece que os ajustes funcionaram.
De olho no público
Terra e Paixão é um bom exemplo de obra aberta, onde o autor precisa estar atento à reação do público e dar mais ou menos espaço aos personagens que caem na graça do telespectador. O casal Ramiro e Kelvin é um bom exemplo. A química dos atores e a construção das personagens levaram os dois a se transformarem quase em protagonistas de Terra e Paixão. Confessa: você já torce para os dois “viverem felizes para sempre” e para o amor transformar o homem bruto, matador e de pouco conhecimento numa pessoa muito melhor. Essa é a jornada do herói que nos envolve e nos faz voltar todas as noites para assistir uma história.
Terra e Paixão pode até terminar como mais uma novela na história da televisão brasileira, mas não há como negar que, das últimas produções originais, foi a de melhor resultado. Travessia, por exemplo, não conseguiu tanta audiência e repercussão. Ou seja, na indústria do entretenimento pela TV Terra e Paixão é um produto eficiente pois traz audiência e faturamento, além de gerar muitos comentários. Positivos ou negativos, mas conversas sobre a novela.