O Brasil acordou em luto neste sábado (17) com a notícia do falecimento de Silvio Santos, aos 93 anos. O apresentador, nascido Senor Abravanel em 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, após ser diagnosticado com H1N1 em julho.
Silvio, que estava afastado das gravações desde setembro de 2022, nunca anunciou oficialmente sua aposentadoria, mas sua saúde vinha se deteriorando nos últimos meses. Em nota oficial, o SBT expressou seu pesar pela perda do seu fundador e maior estrela:
Uma trajetória de sucesso
Silvio Santos começou sua carreira como vendedor ambulante nas ruas do Rio de Janeiro. Seu talento nato para a comunicação o levou rapidamente ao rádio, onde se destacou como locutor. Nos anos 1960, ele migrou para a televisão, onde alcançou sucesso instantâneo. Seu carisma e habilidade em cativar o público o transformaram no apresentador mais querido do Brasil.
Em 1981, Silvio fundou o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), marcando um dos maiores momentos de sua carreira. Sob sua liderança, o SBT se tornou o principal concorrente da Rede Globo, oferecendo uma programação diversificada que incluía programas de auditório, novelas, filmes e reality shows. Silvio entendeu o poder do entretenimento na construção de uma marca televisiva, e seu SBT se consolidou como uma das maiores redes do país.
O estilo inconfundível de Silvio Santos
Silvio Santos não era apenas um apresentador; ele era um showman, um inovador e um visionário. Com programas como o “Programa Silvio Santos”, que esteve no ar por mais de 50 anos, e o “Show do Milhão”, ele revolucionou a televisão brasileira. Seu estilo único, que combinava humor, emoção e interação direta com o público, tornou-se uma marca registrada.
O bordão “Quem quer dinheiro?” é um dos legados mais duradouros de Silvio. A frase, repetida em seus programas de auditório, simboliza sua conexão única com a audiência. Além de apresentar, Silvio foi responsável por lançar e promover inúmeros talentos, muitos dos quais se tornaram grandes estrelas da TV brasileira.
O Grupo Silvio Santos: Um império empresarial
Além de ser o maior apresentador do Brasil, Silvio Santos era um empresário de sucesso. O Grupo Silvio Santos, fundado por ele, tornou-se um conglomerado de 34 empresas, incluindo a Liderança Capitalização (responsável pela Tele Sena), a Jequiti Cosméticos e o Hotel Jequitimar. Em 2008, o grupo completou 50 anos, empregando cerca de 11 mil pessoas.
No entanto, o império de Silvio enfrentou uma crise em 2010, quando o Banco PanAmericano, uma das empresas do grupo, foi envolvido em um escândalo financeiro que gerou um rombo bilionário. Para salvar o grupo, Silvio teve que vender o banco e a rede Baú da Felicidade, demonstrando sua capacidade de gestão e resiliência em momentos de crise.
Tentativas na política
Silvio Santos também tentou se aventurar na política, embora sem o mesmo sucesso que teve no mundo do entretenimento. Em 1988, ele lançou sua candidatura à prefeitura de São Paulo e, no ano seguinte, tentou concorrer à presidência da República. Ambas as candidaturas não se concretizaram, mas Silvio manteve boas relações com diferentes presidentes e figuras políticas ao longo de sua vida.
Legado e despedida
Silvio Santos deixa um legado monumental. Casado com Íris Abravanel e pai de seis filhas, ele sempre foi um homem de família e mantinha um perfil discreto fora das câmeras. Conhecido por suas ações filantrópicas, Silvio dedicou parte de sua fortuna a causas sociais, ajudando inúmeras instituições de caridade ao longo dos anos.
Sua morte marca o fim de uma era na televisão brasileira, mas seu legado continuará vivo. Silvio Santos será lembrado não apenas como o maior apresentador de todos os tempos, mas também como um pioneiro, um líder empresarial e uma figura central na cultura popular do Brasil. Sua influência no entretenimento e na vida de milhões de brasileiros será sentida por muitas gerações.