O programa Alô Juca, exibido pela TV Aratu (SBT), protagonizou um momento polêmico e considerado perigoso durante a edição dessa quinta-feira (19). Em meio à cobertura de uma tentativa de assalto em Salvador, o jornalístico mostrou ao vivo um cinegrafista armado perseguindo um suspeito, o que gerou revolta entre jornalistas e levantou questionamentos sobre os limites da busca por audiência.
Tudo começou quando uma mulher relatou ter sido alvo de uma tentativa de assalto na BR-324. Ao vivo, o repórter da atração já estava no local, quando o suspeito foi flagrado correndo do outro lado da via. Nesse momento, o apresentador Marcelo Castro acionou a equipe de motolink, onde estava o cinegrafista Gessé, para iniciar uma perseguição.
Durante a transmissão, Marcelo perguntou ao vivo se o profissional estava “maquinado”, uma gíria usada para indicar que a pessoa está armada. Em resposta irônica, o cinegrafista disse estar com “a Bíblia”. Em seguida, o apresentador confirmou de forma natural que Gessé realmente carregava uma arma. “Liberaram a arma pra Gessé”, disse ele, enquanto o diretor da atração ainda insinuou que o cinegrafista estaria disposto a “trocar” tiros, caso necessário.
O episódio repercutiu nas redes sociais e foi duramente criticado por profissionais da imprensa. Muitos jornalistas estão pedindo um posicionamento da TV Aratu e do SINJORBA (Sindicato dos Jornalistas da Bahia) diante do ocorrido. Para a categoria, a situação representa um grave desrespeito às normas da profissão e coloca em risco a segurança dos trabalhadores e do público.
Assista ao vídeo:
Disputa por audiência marcada por polêmicas
O Alô Juca é conhecido pelo apelo a casos policiais e sensacionalismo. Já chegou a liderar a audiência em Salvador, superando até mesmo a TV Bahia/Globo e a RECORD. Porém, nas últimas semanas, vem registrando queda nos índices e apostando em conteúdos ainda mais apelativos, como barracos ao vivo e denúncias de traição.
Essa não é a primeira vez que a atração da afiliada do SBT se envolve em controvérsias. O programa já foi classificado como impróprio para menores de 16 anos, devido ao uso de linguagem inadequada, exibição de cenas violentas e sexualizadas.
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A polêmica envolvendo Marcelo Castro se agrava ainda mais diante de seu histórico recente. Em março deste ano, o apresentador foi condenado a pagar R$ 10 mil à RECORD por danos extrapatrimoniais, após ser apontado como um dos 13 envolvidos em um esquema de desvio de mais de R$ 400 mil em doações feitas por telespectadores.
As chaves Pix exibidas durante reportagens não pertenciam às vítimas, mas sim a pessoas ligadas ao grupo investigado. De acordo com o processo, Marcelo teria embolsado cerca de R$ 146 mil enquanto atuava como repórter do Balanço Geral BA, na RECORD Bahia. O esquema foi descoberto pela emissora em março de 2023 e resultou em sua demissão por justa causa. A decisão judicial ainda cabe recurso.
O Portal Alta Definição entrou em contato com o SINJORBA (Sindicato dos Jornalistas da Bahia) para solicitar um posicionamento oficial sobre o episódio. Assim que houver um retorno do sindicato, esta matéria será atualizada com as informações fornecidas.