Na noite deste domingo (25), a Record exibiu com exclusividade uma reportagem especial sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes na Ilha de Marajó (PA). Quase no fim do material exibido no Domingo Espetacular, uma cena chamou atenção da web, uma mãe desesperada chorou pela morte da filha e recebeu conforto do apresentador Roberto Cabrini.
O jornalista voltou para o arquipélago para investigar as denúncias que ganharam destaque nesta semana nas redes sociais e na mídia, após da cantora gospel Aymeê participar de um reality show com uma música que expôs o problema. Ao fim da apresentação, uma declaração dela ampliou a indignação da opinião pública. “Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, minha terra. E lá tem muito tráfico de órgãos. Lá é normal isso. Tem pedofilia em nível hard”, disse ela. “As famílias lá são muito carentes. As criancinhas, de 6 e 7 anos, saem numa canoa e se prostituem no barco por R$ 5”, completou.
O tema ganhou a atenção de artistas e influenciadores digitais famosos, além de políticos que se aprovietaram da situação e também causaram uma série de falsas notícias.
Nesse sentindo, Cabrini desembarcou na Ilha de Marajó para buscar a verdade sobre o que, realmente, acontece na região e entrevistar as supostas vítimas e seus familiares, além de desvendar como atuam os criminosos que utilizam meninos e meninas para a prostituição.
Comoção
Quase no final da reportagem especial, Roberto Cabrini se deparou com o desespero de uma mãe que perdeu sua filha, de apenas 11 anos, na Ilha de Marajó. Ela foi vítima de sequestro, violência sexual e assassinato.
O que dizem as autoridades?
Alguns estudos revelam que o Pará registra uma média de cinco casos de abuso e exploração sexual infanto-juvenil por dia. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estado possui uma taxa de 3.648 casos, acima da média nacional de 2.449 em crimes dessa natureza.
Autoridades e organizações não-governamentais que atuam na área, no entanto, alertaram para o fato de que a população marajoara não normaliza a violência contra crianças e que também tem havido disseminação de informações jamais comprovadas, como as denúncias de tráfico de órgãos.
Entretanto, o próprio Ministério Público do Pará admite que há problemas, em nota divulgada nesta semana. “Apesar de ser fenômeno que atinge todos os municípios paraenses, a violência sexual acaba por ter uma maior projeção no Arquipélago do Marajó, uma vez que encontra um terreno fértil de outras violações de direitos, sobretudo considerando que a região abriga alguns dos piores IDHs do Brasil”, afirma o documento.