Estreou na noite desta terça-feira (22) a série Reis, nova aposta bíblica da Record TV, que chegou com a proposta de inovar as produções inspiradas em textos bíblicos. No entanto, o primeiro episódio da história mostrou alguns elementos que remetem a série, mas em sua grande maioria, lembram uma típica novela com apelo popular que pode render, caso não se apegue o ritmo sonolento da estreia.
A trama começou com cenas de uma guerra em preto e branco, que até animou. Mas logo em seguida foi apresentado ao público os dois filhos do Juiz Eli (José Rubens Chachá). Contudo, ficou um tanto difícil enxergar a presença de Hofni (Vinícius Reed) e Finéias (Edu Porto) devido a pouca iluminação em cenas noturnas. A série apresentou um filtro bem melhor que nas chamadas, mas ainda acinzentado, uma marca do diretor argentino Juan Pablo Pires (Lia).
Em menos de 10 minutos, a trama exibiu a abertura da primeira temporada, intitulada de ‘A Decepção’, essa por sua vez não decepcionou em nada. O instrumental do produtor musical Daniel Figueiredo continua sendo um dos pontos positivos dos folhetins bíblicos da Record TV. Há quem diga que houve referências/cópia da abertura de ‘Game Of Thrones’. Se houve ou não, a versão abrasileirada ficou muito boa. Vale destacar aqui a confusão que a própria emissora fez ao chamar Reis de série e novela na abertura.
Reis- A Decepção, tem como principais núcleos a história de Eli e seus filhos e o sofrimento de Ana (Branca Messina) esposa de Elcana (Fernando Pavão), que será a mãe de Samuel (João Guilherme Chasellov/Rafael Gevú). Mas antes de mostrar as primeiras imagens de Ana, o primeiro episódio da série se apegou a uma sonolenta narração, que por muitas vezes pareceu uma pregação.
Com cerca de 15 produções bíblicas e uma longa trajetória na dramaturgia, a Record TV ainda pecou no áudio. Em cenas externas, por exemplo, ficou difícil saber quem o diretor queria dá foco, se o personagem em questão ou a uma ovelha/ cabra qualquer, tudo estava no mesmo volume. A direção ainda escorregou na tentativa de tornar a estreia mais ágil, houve núcleos que apareceram por 15 segundos, e sumiram. Como o caso dos vilões Filisteus Anainér (Silvia Pfeifer) e Guedór (Anselmo Vasconcelos). Durante a cena exibida, a personagem de Silvia Pfeifer nem abriu a boca.
O primeiro episódio de Reis, parece ter sido feito especialmente para quem já leu a bíblia. Não houve apresentação de personagens, algumas histórias foram contadas pela metade e sem nenhum interesse de construir o enredo para mostrar como e porque se chegou até ali. Confuso.
Ainda assim, a série tem atores que invadem a cena e tornam qualquer texto raso em uma brilhante atuação. Branca Messina foi o nome da estreia, e ao lado da vilã Júlia Guerra, ela promete entregar os dias de mais puro sofrimento que uma mocinha pode sentir. Vale destacar ainda, o caso de amor entre Marilís (Thaís Pacholek) e Hofni, uma trama de traição que pode render, mas que até ontem era quase desconhecida do público, tamanha falta de divulgação.