O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve 12 vídeos removidos do YouTube por violação das regras que proíbem a recomendação de medicamentos que não possuem eficácia comprovada contra a Covid-19.
Dentre os vídeos removidos, 10 deles mencionavam a cloroquina e outros dois continham informações na descrição sobre o medicamento, segundo levantamento da empresa de análise de dados Novela Data, divulgado e apurado pelo G1.
Em abril, o YouTube atualizou as diretrizes da comunidade e informou que vídeos antigos e novos que desrespeitem as novas regras seriam removidos e a reincidência resultaria na exclusão dos mesmos, o que não aconteceu com o perfil do presidente da república que obteve 17 violações em menos de 90 dias.
Política do YouTube
O YouTube informou em abril que vídeos que recomendam, afirmam ou alegam que o uso de hidroxicloroquina e ivermectina são tratamentos eficazes serão removidos.
Além disso, a plataforma afirma que qualquer conteúdo que contenha informações médicas incorretas ou que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) não são permitidos, ou seja, qualquer conteúdo que indique tratamento, prevenção, promova diagnósticos incorretos ou que incentivem aglomerações serão excluídos.
A OMS segue reafirmando que a hidroxicloroquina não deve ser usada para o tratamento preventivo contra a Covid-19. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e até a fabricante da ivermectina, alertaram que os medicamentos citados não são eficazes contra o novo coronavírus.
Canal no ar
Apesar das violações em menos de 90 dias, o canal do presidente Jair Bolsonaro continua no ar na plataforma. Ao G1, o YouTube disse que vídeos antigos publicados antes da vigência da nova política não geram punições ao canal e que há um período de carência para as novas regras.
No entanto, ainda segundo o G1, não há registros sobre carência na documentação oficial das regras. O YouTube informa que essa janela de tempo sempre existiu e mencionou que há na imprensa estrangeira tais informações anteriores à política sobre a cloroquina e ivermectina.
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