Com o Jornal Nacional terminando mais cedo devido ao futebol, coube ao Jornal da Record a missão de exibir em primeira mão os panelaços que foram registrados em todo o Brasil durante o pronunciamento de Jair Bolsonaro (sem partido).
Os registros aconteceram a partir das 20h30 desta quarta-feira (02), quando o presidente falava em cadeia nacional de Rádio e Televisão. O apresentador do JR chamou imagens de Brasília, São Paulo e Fortaleza. Mas segundo o G1, ouve ainda registros em bairros do Rio, de Niterói, de Recife, de Belo Horizonte, de Florianópolis, de Vitória, de Salvador e de Belém.
Vale lembrar que, em março, quando Bolsonaro também já havia sido alvo de protestos quando falou em rede nacional sobre a pandemia e a vacinação contra a covid-19.
Desta vez, o presidente começou dizendo que “todos os brasileiros que assim o desejarem serão vacinados” neste ano. E continuou: “O Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta. Neste ano, todos os brasileiros que assim o desejarem, serão vacinados, vacinas essas que foram aprovadas pela Anvisa”.
Passado cerca de um ano e meio do início da pandemia, o ritmo da vacinação ainda é muito lento no Brasil. Dados oficiais mostram que até esta terça-feira (01), 10,6% dos brasileiros (22,6 milhões de pessoas) tinham recebido as duas doses de vacina.
Assista ao vídeo do Jornal da Record:
Nota da CPI
O comando da CPI da pandemia enviou nota à imprensa em que comenta o pronunciamento do presidente Bolsonaro. Antes de concluir a edição desta quarta-feira (02), o jornalista Luiz Fara Monteiro também leu a nota na íntegra.
A inflexão do Presidente da República celebrando vacinas contra a Covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso. O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’. Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável.
A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19.
A reação é consequência do trabalho desta CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo. Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais. A CPI volta a lamentar a perda de tantas vidas e dores que poderiam ter sido evitadas.
Omar Aziz- Presidente CPI
Randolfe Rodrigues – Vice Presidente CPI
Renan Calheiros – RelatorFonte: Agência Senado
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