O empresário e ex-governador de São Paulo, João Doria, afirmou que proíbe o SBT de exibir a entrevista que gravou para o programa No Alvo, na manhã desta quarta-feira (25). O político abandonou as gravações após se revoltar com uma pergunta de cunho pessoal, envolvendo uma fake news que circulou durante a campanha eleitoral de 2018.
Em entrevista à coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, Doria classificou a situação como “o maior constrangimento da minha vida”. O programa, que ainda não estreou, tem como proposta fazer perguntas provocativas aos convidados, e é inspirado em formatos clássicos como o Advogado do Diabo, da extinta TV Tupi.
O ex-governador relatou que já estava incomodado com o tom da entrevista desde o início. Segundo ele, a situação se agravou quando foi questionado sobre um suposto vídeo íntimo e sobre qual teria sido a reação de sua esposa. “Esse programa é um Homem do Sapato Branco piorado ao décimo nível. Um horror”, disse.
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João Doria também afirmou que não teve acesso ao conteúdo das perguntas previamente e que, se soubesse do teor da pauta, jamais teria aceitado participar. “Assinei o documento na confiança, mas desautorizo o SBT a exibir o programa”, declarou. Ele ainda disse que foi procurado por diretores da emissora, que pediram desculpas, mas descartou qualquer possibilidade de retornar para gravar uma nova edição.
Comparando com outras entrevistas, Doria citou o The Noite com Danilo Gentili, onde, segundo ele, enfrentou perguntas duras, mas em um ambiente respeitoso. “Em debates políticos, enfrentei perguntas difíceis, mas nada perto do constrangimento que passei”, concluiu.
O que diz o SBT
Procurado pela imprensa, o SBT confirmou o abandono de João Doria e afirmou que o No Alvo tem como estilo a realização de perguntas mais fortes e diretas. A emissora não comentou se pretende exibir o material, mesmo com a desautorização pública do ex-governador.
O episódio foi inicialmente noticiado pelo colunista Flavio Ricco, do Portal Leo Dias.