O governo angolano decidiu suspender, a partir da próxima quarta-feira (21), as atividades de todos os veículos de imprensa local que tem cargos diretores ocupados por estrangeiros. A informação foi publicada pelo canal português RTP Notícias e atinge a Record TV Africa, emissora do Grupo Record sediada no país africano.
Segundo comunicado do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) do governo de Angola, a Record TV África tem um diretor-executivo estrangeiro e que não possui cidadania local. Dessa maneira, a emissora está impedida, assim como todos os seus contratados não angolanos, de realizar suas atividades e exercer suas funções.
A suspensão é válida a partir da 00h de quarta-feira (21). Além da emissora do Grupo Record, outros canais, como ZAP TV e VIDA TV, também deverão paralisar suas atividades caso não comprovem veiculação nativa com o país.
Nos últimos meses, a Record TV Africa vinha exibindo diversas matérias especiais em tons de críticas ao governo de Angola, afirmando que os brasileiros estão vítimas de xenofobia no país. O conflito entre o canal e o os governantes surgiu após lideranças angolanas assumirem o comando local da Igreja Universal do Reino de Deus, proprietária do Grupo Record, em detrimento aos pastores brasileiros residentes no país.
A disputa já perdura a mais de um ano, ocasionando o fechamento de diversos templos da IURD em Angola. Reportagens especiais sobre o caso já foram exibidas no Jornal da Record e o líder brasileiro da igreja na África, Bispo Honorilton Gonçalves, já concedeu, inclusive, entrevista exclusiva para a CNN Brasil, em meados de 2020, para falar sobre as acusações de xenofonia.
Ao Portal Alta Definição, a assessoria da Record TV enviou o comunicado da filial na África que afirma ter recebido a decisão do governo com surpresa, uma vez que aconteceu sem audiência prévia. Leia a nota na íntegra.