O deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), usou sua rede social para debochar da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão – colunista do Grupo Globo – durante a ditadura militar. O comentário foi feito em sua conta no Twitter na tarde deste domingo (04).
Eduardo não gostou de uma postagem onde a jornalista afirma que Jair Bolsonaro é “um inimigo confesso da democracia“. Então, o filho do presidente compartilhou a publicação com a legenda: “Ainda com pena da cobra“, fazendo referência a um dos métodos empregados pelos torturadores da jornalista, que na ocasião estava grávida.
Em dezembro de 1972, Míriam Leitão foi presa no quartel do Exército em Vila Velha, no Espírito Santo. Logo em seguida, ela foi retirada de sua cela e levada para o pátio, chegando a levar chutes e tapas. A jornalista ainda relatou que chegou a ficar nua na frente de dez soldados, além de ser trancada numa sala escura com uma jiboia.
O jornal o Globo, onde a jornalista publica sua coluna, divulgou um editorial repudiando a atitude do deputado:
“Repugnante e inaceitável
FOI REPUGNANTE, ofensiva e absolutamente inaceitável a manifestação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que fez referência à tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, colunista do GLOBO, durante a ditadura militar.
EM POST publicado numa rede social contestando uma crítica feita por Míriam ao presidente Jair Bolsonaro — ela o chamara de “inimigo confesso da democracia” —, o filho Zero Três zombou de um dos episódios mais dramáticos e cruéis da vida dela, a tortura a que foi submetida nos porões da ditadura enquanto estava grávida.
A MANIFESTAÇÃO do deputado deve ser repudiada com toda a veemência. É incompatível não apenas com o que se espera de um detentor de mandato popular, mas sobretudo com a decência e o respeito humanos. Merece, além do repúdio firme, providências das instituições obrigadas constitucionalmente a zelar pelo Estado de Direito“.
Repercussão
Também no twitter, jornalistas dos mais diversos veículos, se solidarizaram com a colunista e repudiaram o comentário de Eduardo Bolsonaro.
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