Considerada “Musa das Diretas” nos anos 1980 e dona de uma risada espontânea e emblemática, Fafá de Belém é a entrevistada desta terça-feira, dia 7, do programa ‘Conversa com Bial’. Aberta a todos os temas, a cantora conta um pouco de sua trajetória profissional, da importância da música em sua vida, da influência de grandes mulheres, como Sophia Loren, da sensualidade do Pará e de sua religiosidade, e ainda aborda temas como a descriminalização do aborto.
Aos 62 anos, a cantora, apontada como “patrimônio nacional” pelo apresentador Pedro Bial, cresceu em um universo de muita música e sem preconceito, ouvia de tudo um pouco: Foxtrot, Jazz, MPB, Beatles e Roberto Carlos. Fafá revela que só começou a cantar porque queria frequentar a “roda dos adultos”. “A música é a minha amiga mais remota, me ensinou a falar, foi quem me atropelou e me deu carona para o resto da vida”.
Leia também: Com novo nome, Universal TV já pode ser visto ‘ao vivo’ no Globosat Play
A cantora anima a plateia com algumas músicas que fazem parte dos seus 40 anos de carreira como, “Foi Assim”, “Vermelho” e “Abandonada”, e ainda confirma que todas elas possuem um recado destinado a alguém: “Todas as minhas músicas eram um recado pra alguém. Um namorado meu já me fez vender 3 milhões de cópias”, brinca. Ainda sobre a carreira da cantora, Bial fala da religiosidade e relembra que ela é “a mulher que cantou para três Papas”. “Sou fã de João Paulo II, acho que ele causou uma revolução. Fiquei encantada com as portas que ele fechou e as que ele abriu. Falava de assuntos que antes não se falavam”, comenta.
Política e assuntos polêmicos como a descriminalização do aborto e das drogas também são abordados nesse papo. “Nenhuma mulher faz um aborto porque quer. Temos que conscientizar a prevenção e cuidar dessas meninas que fazem o aborto. É preciso descriminalizar e ter um atendimento a elas”, aponta a artista.
Com a proximidade das eleições, a cantora comenta as diferenças entre os dias atuais e o movimento pelas Diretas, em 1984 e dá seu palpite sobre o que o país precisa para poder evoluir. “Acredito que, quando essas lideranças todas se unirem pensando um novo caminho para o povo, vamos ter uma solução para esse país”.