A Globo acelerou o processo de produção de Renascer, sua próxima novela das 21h. A ordem é trabalhar intensamente para conseguir estrear em janeiro sem a necessidade de esticar Terra e Paixão em duas semanas. Walcyr Carrasco já deu sinais de que não é a favor de aumentar sua história, que já recebe críticas de telespectadores por não avançar em algumas tramas.
Não precisa ser um especialista em teledramaturgia para saber que toda história tem seu tamanho ideal e que ao esticá-la, inevitavelmente, a novela entra na região perigosa das famosas barrigas. Se isso já valia no passado, agora a situação é muito mais complicada, afinal, o público está acostumado a narrativas mais rápidas, o que exige mais acontecimentos, velocidade no texto e muitos ganchos. E Walcyr Carrasco não quer correr mais esse risco com Terra e Paixão.
Zona de risco
O calendário apertado entre a pré-produção, produção, gravações e estreia de Renascer coloca em evidência dois assuntos importantes para a teledramaturgia da Globo. O primeiro é em relação a profissionais. Com um elenco maior com contrato por obra, as equipes de uma novela precisam de um tempo maior para negociar as participações e fechar as escalações.
O outro é que o Gênero Dramaturgia perdeu uma frente importante de textos e sinopses aprovados e a fila de novelas diminuiu consideravelmente desde a saída de Silvio de Abreu. Desde lá, o comando do entretenimento também mudou. Carlos Henrique Schroder foi substituído por Ricardo Waddington e, dois anos depois, por Amaury Soares. Natural que os olhares sobre as novelas sejam diferentes, apesar de José Luiz Villamarim ser o responsável pelo gênero nas duas últimas administrações.
Na Globo, a ordem é para ampliar a lista de aprovações de sinopses para as produções serem iniciadas com maior antecedência. O alto comando acredita que essa margem pequena coloca a emissora num lugar bem arriscado caso algum imprevisto surja com suas novelas.