No dia 28 de abril estreou no Globoplay o talk show Casa Kalimann, feito sob medida para a plataforma de streaming. No comando da atração está Rafa Kalimann, digital influencer com 21 milhões de seguidores no Instagram, segunda colocada no Big Brother Brasil 20, que ganhou um contrato de exclusividade com a TV Globo após a sua passagem no reality de confinamento.
Ao julgar pelo primeiro episódio, o início pareceu promissor com a frase de efeito da apresentadora: ‘Quando o mundo anda pesado demais é bom a gente encher ele de cor’. Rafael Portugal direto do CAT BBB, entrou no estúdio sentado em uma cadeira cheia de plumas. A ex-BBB até passa uma boa impressão no palco, mas se prender ao roteiro não foi uma boa opção. Para entreter é preciso bem mais que um cenário bonito e cheio de cores.
Roupagem infantil
Seria até aceitável se o Casa Kalimann fosse um produto do canal Gloob. Do cenário aos quadros, a atração parece ter sido pensada para o público infantil. Seria uma tentativa do Boninho transformar a Rafa em um genérico da Xuxa?
E sobre o cenário, é de muito bom gosto e lembra o do extinto Programa da Maísa no SBT.
Quadros sem graça
Os quadros precisam ser atrativos, e se a intenção é divertir, eles precisam ter graça. O primeiro intitulado de Universo paralelo parece um exercício de atuação para a apresentadora. Rafa faz de conta que é Manu Gavassi, depois uma americana que não sabe falar inglês e por aí vai. Rafael Portugal se saiu bem tentando vender um acelerador de intestinos preguiçosos e uma super cola para dentadura, mas é só. As brincadeiras podem ter funcionado no roteiro, presencialmente não rolou.
O segundo quadro se chama jardim das delícias. A apresentadora aperta um botão e um local se abre, cheio de doces. Segundo a digital influencer, a intenção desse ambiente era tirar alguma emoção de Rafael. Nada feito.
Um jogo de perguntas, sobre o que o convidado faria se estivesse confinado no BBB, é o terceiro quadro que não empolga. O último, sobre levar a música ao pé da letra, é o melhorzinho. Mas mesmo assim ainda soa forçado.
Convidado ofuscado
Um talk show não precisa só de um bom convidado, ele tem que ter conteúdo. A falta de uma boa condução no roteiro ofuscou a graça de Rafael Portugal. O episódio não prende. Vai de lugar algum para lugar nenhum.
Atriz e apresentadora?
É nítido que Rafa Kalimann está crua: não entrega emoção e nem espontaneidade. Ao se apoiar nos roteiros, fica a impressão de estar interpretando o tempo todo. E a falta de sensibilidade para aproveitar as respostas do convidado é um problema. Ri várias vezes, será que é de nervoso? Como apresentadora funciona como atriz?
Se o intuito do primeiro episódio do Casa Kalimann era divertir e dar risada com desafios malucos, faltaram bons desafios e o prêmio é a sensação de vergonha alheia para o espectador.
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