Com 30 anos completos desde sua primeira exibição, “Tieta” entra no catálogo da Globoplay nesta segunda-feira, 08 de junho, como parte do projeto da plataforma de resgatar clássicos da teledramaturgia da Globo a cada duas semanas. Tieta é uma mulher forte e decidida que, aos 18 anos, é expulsa de sua terra natal, Santana do Agreste, cidade fictícia no Nordeste brasileiro, pelo próprio pai por seu comportamento livre e sem amarras. Depois de mais de vinte anos, ela retorna rica e exuberante surpreendendo a todos e movimentando o até então pacato lugarejo
Betty Faria, que interpretou a personagem na sua fase mais madura, comemora a entrada da novela no catálogo. ”Fiquei surpresa e feliz. Neste momento tão difícil que estamos vivendo, a notícia da volta de ‘Tieta’ é uma alegria, um alento. Creio que o público vai certamente sentir isso. A personagem chega para fazer o bem e rompe com tudo quanto é tipo de preconceito”, celebra.
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Livre adaptação do livro ‘Tieta do Agreste’, de Jorge Amado, a atriz lembra emocionada como ouviu falar da personagem pela primeira vez. Foi durante um jantar com o casal Zélia Gattai e Jorge Amado, nos anos 70: “Zélia disse que Jorge estava escrevendo um livro que, daqui a alguns anos, o personagem seria perfeito para mim. E, alguns anos depois, veio Tieta. Eu sempre ouvi dizer que personagem tem endereço certo”.
A novela foi tão intensa e marcante para a carreira de Betty, que até hoje ela é relembrada pela personagem. “‘Ela foi muito boa para a minha vida e a minha carreira. Vivemos experiências inesquecíveis naquela época que, se eu parar para lembrar e escrever, dará alguns capítulos de um livro. A novela correu o mundo e até hoje continuo sendo lembrada por onde passo. Quando entro num táxi, por exemplo, o motorista olha pra trás e diz: ‘É a Tieta, reconheci pela voz’”, fala, aos risos.
Tieta era à frente do seu tempo e isso torna a novela tão atual, segundo Betty. “Com amor, solidariedade e liberdade, Tieta rompeu e derrubou preconceitos em todos os níveis, brigando contra o ranço do falso moralismo e até defendendo ecologicamente a cidade da exploração de gente mal-intencionada. Foi uma personagem da qual me orgulhei de fazer”, finaliza.