Durante participação no programa Saia Justa (GNT) desta quarta-feira (19), Ana Thaís Matos relembrou seu início do jornalismo esportivo e o preconceito que sofreu até ocupar espaço na grande mídia. Atualmente, ela é uma das principais comentaristas da Globo e vai trabalhar nas transmissões da Copa do Mundo Feminina.
“Um lugar de opinião é sempre um lugar muito controverso. Como assim essa garota vai falar do meu time, diziam. Sempre foi uma caixinha de muito propriedade dos caras. Mas foi uma construção muito legal”, contou a jornalista em conversa com as apresentadoras Astrid Fontenelle, Bela Gil, Gabriela Prioli e Larissa Luz.
A paixão de Ana Thaís pelo futebol começou antes mesmo do jornalismo, já na infância. “Joguei futebol dos 9 aos 18 anos. Morei em uma cidade do litoral de São Paulo, Itanhaém. Em periferia, você não tem muitas alternativas. Mas foi o futebol que me chamou a atenção, porque tinha um campinho de terra na rua da minha casa”, destaca.
O seu início de carreira no jornalismo foi marcado por comentários machistas e misóginos. “A primeira vez que entrei em uma redação, em 2009, eu ouvi a frase do editor: ‘cuidado, que agora você está entrando em uma borracharia’. É difícil eu me assustar com alguma coisa, sou uma pessoa que tem poucos medos. Aí, eu fui entendendo”, relembra.
Eu trabalhava em um outra área, estudei arquitetura, não me formei. E eu estava saindo dessa área para migrar para o jornalismo. Fui fazer o teste para estágio e fui vestida com a roupa de arquiteta. Acharam que eu estava aplicando a prova e quanto terminei, estava conversando com o pessoal da redação, ouvi essa frase, e outro editor gritou lá da mesa: ‘ah, só está contratando porque está de vestido.’ Aquilo me marcou muito.
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Espaço delas
Apesar de ter sido uma das pioneiras no jornalismo esportivo da Globo, atualmente Ana Thaís Matos não está sozinha. A equipe da emissora conta com narradoras, comentaristas, repórteres, produtoras e também diretoras.
Hoje, quando entro na redação, do Esporte da Globo, mudou muito. Nós temos chefes mulheres. Nunca tive uma chefe mulher no Jornalismo, é a primeira vez que estou tendo. Tem mais mulheres em cargos estratégicos. Não adianta só colocar a Ana Thaís Matos para falar e atrás de mim, o meu respaldo todo, pessoas que não acreditam no que eu estou fazendo.
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