2023 foi um ano típico na TV, sem grandes inovações. Mas, falei disso há algum tempo e volto a repetir: há uma grande parte do público que aprecia o folhetim em sua mais antiga maneira de ser. E não estão errados.
Janeiro estreava talvez, sem medo de errar, o único hit do ano: Vai na Fé. Uma novela que reuniu o melhor para contar a história de uma vendedora de marmitas que almeja o estrelado deu mais que certo. Música na boca do povo, situações que levam a reflexões, personagens que conquistam e uma história cativante. É raro ver rede social dando a mão a televisão. Mas, Vai Na Fé conseguiu esse feito alcançado por Avenida Brasil, Cheias de Charme e O Outro Lado do Paraíso.
A novela de Rosane Svartman se estendeu até julho e, neste tempo, estreava no SBT A Infância de Romeu e Julieta, parceria com a Prime Vídeo e que não deu certo. Nem mesmo as reprises das reprises da emissora alcançam números tão baixos. O que fez o SBT entender que o mercado a que essa novela se destinava mudou. Eles estão no streaming, vendo a mesma novela. Já que por parceria, é também exibida na plataforma da Amazon.
Falando ainda de SBT, no início do primeiro trimestre a emissora ousou em exibir Três Vezes Ana, novela da Televisa estrelada pela badalada Angelique Boyer. E, pra espanto dos fãs, não atraiu o público. Além disso, foi um fiasco de repercussão. No assunto novela, a emissora de Silvio Santos optou mais uma vez pela exaustão de reprises. Abismo de Paixão e A Gata, que estão no ar, já foram reprisadas duas vezes cada uma. A audiência responde à altura: as novelas raramente atingem o segundo lugar no Ibope.
Terra e Paixão, Elas por Elas e Fuzuê: apostas arriscadas na TV
Por pouco, Terra e Paixão não naufraga. Não fosse a criatividade de seu escritor, Walcyr Carrasco. A novela não pegou em seu início e teve reformulações atraentes para o público. A audiência não caiu, mas também não houve um crescimento de público. Em sua reta final, se consolida como uma novela que mantém bons números.
Amor Perfeito fez bonito no horário das seis, levou ao público uma história de época e conquistou o telespectador de Mar do Sertão. Mas, em setembro a situação mudou. Elas por Elas não conseguiu segurar a audiência na casa dos 20 pontos, pelo contrário, acumula uma das piores audiências da história e não conquistou o público como era pretendido. No horário das 19h um autor estreante, Gustavo Reiz, vindo de sucessos da Record levou ao ar uma caça ao tesouro com pitada de humor. Não agradou. Para o horário acumula uma considerável perda de audiência.
Apostas, erros, acertos. A TV vive disso e consegue com maestria equilibrar os pratos. Inventiva e saudosa, mantém e atrai o novo público. Que venha 2024.